O colorido do grafite dá boas-vindas a quem chega no Instituto-geral de Perícias (IGP) de Joinville. Além da pintura, o verde de algumas plantas ajuda a colorir o resto do cenário. Aos poucos, o estereótipo de frieza, geralmente atrelado a órgãos públicos como este, ganha novo traço pelas mãos de servidores e voluntários.

Continua depois da publicidade

O processo de humanização para ajudar a acolher quem frequenta o instituto está presente também dentro das instalações. Segundo a gerente mesorregional, Suellen Perícolo, pelo local passam de 300 a 400 pessoas por dia. Por mês, estimam-se aproximadamente 4.500 atendimentos.

Dentro do IGP, funcionam também o Instituto de Identificação (onde são emitidas as carteiras de identidade), Instituto Médico Legal (IML) e Instituto de Criminalística.

– Como temos um fluxo intenso de pessoas, nasceu a ideia de promover ações com os servidores e a comunidade para humanizar o atendimento.

Essas ações buscam tornar o atendimento ao público mais receptivo e diminuir a revitimização. A intenção é que os usuários encontrem no IGP um local acolhedor, de total assistência à vítima de violência ou o suporte necessário para quem precisa fazer a carteira de identidade.

Continua depois da publicidade

As mudanças para humanização do local começaram há cerca de um ano, mas ficaram mais intensas e com maior mobilização nos últimos seis meses. As alterações só foram possíveis porque os colaboradores da unidade abraçaram a causa e a comunidade acreditou nos projetos. Agora à disposição do público, há exposições itinerantes nas paredes, bicicletário, espaço para as crianças e biblioteca com livros e revistas.

– Uma mudança mais recente foi a sala de acolhimento para familiares que vêm ao IGP reconhecer corpos. Os familiares são atendidos em ambiente reservado, onde serão realizados os procedimentos administrativos e o reconhecimento é feito por meio de fotos para impactar menos – pontua.

Desde a tinta utilizada no grafite até os livros da biblioteca foram arranjados de maneira colaborativa. O Estado garante a estrutura básica para manter o órgão funcionando, mas esses pequenos detalhes também fazem diferença nos serviços prestados, garante a gerente, e refletem diretamente no ambiente laboral.

Alguns projetos ainda estão no planejamento do instituto e aguardam apoio para que possam ser executados. Dentre eles, a criação de um jardim de acolhimento – com playground, área verde e bancos – e também convênio com universidades para apoio psicossocial para as vítimas de violência.

Continua depois da publicidade

Espaço aberto para receber artes e fotos

Os desenhos que estampam as paredes da unidade neste mês são da turma de desenho em quadrinhos da Casa da Cultura, ministrada pela artista visual Ane Winter. É dela também a pintura que ilustra o muro do bicicletário, na entrada do IGP.

Para a artista, o verdadeiro sentido do trabalho de humanização é a união de várias pessoas a favor do bem comum ou até parceria entre instituições para essa finalidade. Ane demorou mais de 30 horas para pintar o muro que tem elementos da cidade na paisagem. A intenção foi tornar o local mais agradável e também criar uma reflexão aos que passam e admiram o grafite no local.

– Ao primeiro olhar, são imagens agradáveis, mas que buscam uma reflexão. Uma série de problemas que enfrentamos está impressa nesse desenho. Ao colocar essas reflexões na arte, a gente acaba cativando e voltando o olhar das pessoas – afirma.

Para quem quiser expor quadros e fotografias no local ou ainda ajudar de outras maneiras, basta entrar em contato pelo telefone (47) 3419-8323. O IGP fica na rua Prefeito Helmut Fallgatter, 215, no bairro Boa Vista.

Continua depois da publicidade

Destaques do NSC Total