Os frequentes assaltos a estudantes no entorno do campus da Univali em Itajaí fizeram com que a universidade ampliasse o número de câmeras de monitoramento e reforçasse a iluminação na parte externa dos blocos acadêmicos. Também está sendo construída uma base elevada para abrigar as viaturas da Polícia Militar durante policiamento na região.

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As novas câmeras começaram a ser instaladas em janeiro e totalizam cerca de 200 pontos de vigilância no campus. O procurador-geral da Fundação Univali, Vilson Sandrini, explica que para ampliar a segurança dos alunos também há uma central de monitoramento 24 horas e um arquivo com as filmagens feitas pela universidade.

– Estamos em fase de conclusão da iluminação externa e da base elevada para as viaturas da PM próximo ao primeiro portão do campus e início do bairro Nossa Senhora das Graças. Isso vai aumentar a sensação de segurança dos alunos – afirma.

Apesar do reforço, Sandrini garante que apenas ocorrências pontuais foram registradas dentro campus. Por isso, a nova iluminação deve beneficiar ainda os pontos de ônibus do lado externo, já que os postes ficarão próximos ao muro da universidade. As melhorias devem ser concluídas entre 30 e 40 dias.

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– Dentro da universidade ocorreram apenas casos pontuais de furtos, que não se comparam às ocorrências registradas fora do campus – completa.

Além disso, Sandrini relata que a Univali firmou um convênio com a Polícia Militar para que estagiários façam o trabalho administrativo na corporação e possam liberar policiais para atuar nas ruas.

Petição online

Quando o filho de 15 anos foi agredido em um assalto ao deixar o Colégio de Aplicação da Univali (CAU), a produtora cultural Elaine Calove decidiu fazer uma petição online pedindo mais segurança no entorno do campus, principalmente na Avenida Vereador Abrahão João Francisco e na Rua Uruguai. De acordo com ela, esta é a segunda vez que o jovem é roubado após sair da universidade.

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– A petição não é contra a Univali, mas para ajudar a universidade a reivindicar mais policiamento nos horários de saída e entrada dos alunos. Vou entregar as assinaturas para que a reitoria possa ter um respaldo nesse pedido – afirma.

Elaine explica que na última vez que o filho foi assaltado, no fim de fevereiro, ele retornava para casa com dois colegas por volta do meio-dia. Segundo ela, o grupo foi abordado por três adolescentes, que os agrediram e levaram duas mochilas e uma bicicleta.

– A briga só parou porque alguns motoristas pararam para ajudar e os bandidos fugiram. Meu filho precisou ser levado para o hospital porque o nariz estava sangrando muito – conta.

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Elaine diz que a petição tem até agora 195 assinaturas, mas que pretende chegar a pelo menos 2 mil. Para participar, basta acessar o site secure.avaaz.org e se cadastrar.

Depois do assalto, o filho de Elaine mudou o trajeto para ir para casa e um dos colegas que estava junto agora vai e volta do colégio de van. Assim como eles, a estudante de Música da Univali, Amanda Corrêa da Silva, também fica com receio toda vez que precisa sair da universidade, especialmente à noite. Ela teve a bicicleta, que estava cadeada, furtada dentro do campus.

– Não ando mais com o celular na mão dentro do campus e quando vou de bicicleta fico meio paranoica, sempre conferindo se ela está onde deixei. Para voltar para casa à noite também me sinto insegura – diz.

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(Foto: Lucas Correia / Agência RBS)

Polícia Militar diz que entono da Univali é área crítica

A Polícia Militar admite que o entorno da universidade é uma área considerada crítica em função do grande fluxo de estudantes. Para o cabo Alexandre Jordão Frankenberger, do 1º Batalhão da PM, a proximidade com o bairro Nossa Senhora das Graças também influencia no número de ocorrências de roubos e furtos.

– Ali residem vários criminosos e pela geografia do local, devido ao morro e as vielas, é muito fácil do pessoal fugir e a polícia não conseguir alcançar. Então realmente é uma área que, comparativamente com outros locais, tem uma média maior de pequenos roubos e furtos – observa.

Por isso, desde o ano passado a Polícia Militar tem feito rondas nos momentos de maior fluxo de pessoas. E com a base elevada o trabalho dos policiais deve ser facilitado, já que o posicionamento e a visibilidade serão melhores.

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-Também utilizamos o serviço de inteligência da PM para poder identificar os criminosos daquele local – comenta Frankenberger.

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