A agência meteorológica oficial do Japão (JMA, na sigla em inglês) emitiu um aviso informando que há a possibilidade de que um terremoto de grande magnitude atinja o norte do país até a próxima semana. O alerta é inédito, uma vez que a categoria utilizada para defini-lo foi introduzida em 2022 (saiba mais abaixo). As informações são do g1.

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“Com base nas estatísticas de terremotos que ocorreram em todo o mundo até o momento, existe a possibilidade de um terremoto de grande escala, com magnitude igual ou superior a 8, ocorrer ao longo da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima, perto de Hokkaido, como consequência do terremoto da noite de segunda-feira”, disse em comunicado Morikubo Tsukasa, que é funcionário do gabinete da primeira-ministra para preparação para desastres.

“Não há certeza se um terremoto de grande escala realmente ocorrerá. No entanto, todos devem atender ao alerta e tomar precauções para proteger suas vidas”, terminou ele.

O alerta inédito se refere a uma nova categoria de aviso criada pelo JMA em 2022. O alerta de “megaterremoto” (“mega-quake warning”/“megaquake advisory”) é reservado para a possibilidade de um tremor de magnitude igual ou superior a 8,0. Ele foi criado em 2022 como parte de uma reestruturação do sistema de avisos sísmicos no Japão, após as lições tremendas da tragédia de 2011 — terremoto + tsunami + acidente nuclear.

A escala Richter, usada para classificar tremores, pode variar de 0 a 10, com possibilidade de valores maiores. O maior terremoto já registrado foi o de 1960 no Chile, com magnitude 9,5.

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O alerta vem após um terremoto de magnitude 7,5 que atingiu o nordeste do Japão e deixou ao menos 30 pessoas feridas na noite de segunda-feira (8). Milhares de pessoas tiveram que evacuar suas casas.

O terremoto ocorreu às 23h15 (11h15 no horário de Brasília) a uma profundidade de 50 quilômetros e a cerca de 80 quilômetros da costa da região de Aomori, conforme a Agência Meteorológica do Japão. O tremor gerou alertas de tsunami, que já foram cancelados, embora ondas de 70 centímetros tenham sido registradas.

Alguns serviços de trens foram suspensos e milhares de casas ficaram sem energia elétrica. Em um pronunciamento aos afetados pelo terremoto, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, disse:

— Reforcem seus procedimentos diários de preparação para terremotos, como garantir que seus móveis estejam seguros, e preparem-se para evacuar imediatamente caso sintam tremores.

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Ordens de evacuação foram emitidas para cerca de 90 mil moradores, segundo a agência de notícias Reuters.

O governo japonês criou um escritório de resposta dentro do centro de gerenciamento de crises da primeira-ministra e convocou uma equipe de emergência, afirmou o secretário-chefe do gabinete, Minoru Kihara.

— Estamos fazendo todos os esforços para avaliar os danos e implementar medidas de resposta a desastres, incluindo operações de resgate e socorro — acrescentou.

Após os tremores, a empresa de energia elétrica japonesa Tohoku Electric Power informou que não foram relatadas irregularidades em suas usinas nucleares de Higashidori e Onagawa em decorrência do terremoto. Nenhuma anomalia foi detectada no local da usina nuclear desativada de Fukushima, informaram as autoridades japonesas à Agência Internacional de Energia Atômica.

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Fukushima foi danificada por um terremoto de magnitude 9,0 que atingiu a costa leste do país em 11 de março de 2011. Esse terremoto, o mais forte já registrado no Japão, desencadeou um tsunami que devastou a ilha principal de Honshu, matando mais de 18 mil pessoas e arrasando cidades inteiras.

O Japão é um dos países mais propensos a terremotos no mundo, registra cerca de 1,5 mil por ano.

No início deste ano, o comitê de investigação de terremotos do Japão afirmou que havia uma probabilidade de 60% a 90% de que um megaterremoto ocorresse na Fossa de Nankai nos próximos 30 anos, com os piores cenários sugerindo que ele causaria danos bilionários e poderia matar centenas de milhares de pessoas.

Terremotos ao longo da Fossa de Nankai — uma área de intensa atividade sísmica que se estende pela costa do Pacífico do Japão — já foram responsáveis ​​por milhares de mortes.

*Sob supervisão de Vitória Loch