A Justiça de São Paulo decretou, nesta terça-feira, a prisão preventiva de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como o número 3 da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Gegê seria julgado nesta segunda-feira por um duplo assassinato ocorrido em 2004. Mas uma manobra dos advogados obrigou o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira a adiar o julgamento. Os defensores renunciaram ao caso e o advogado substituto alegou que não teve tempo de analisar o processo. O promotor Rogério Zagallo pediu a prisão do acusado.
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Para justificar a prisão, o magistrado afirmou em seu despacho que Gegê não foi localizado em nenhum dos endereços que forneceu para receber a intimação e, embora o atual advogado tenha dito que precisava de tempo para estudar o caso, “o Nobre defensor teceu considerações a respeito de detalhes deste processo”, o que mostra que ele conhece a investigação.
Além disso, segundo o juiz, “foram noticiados as sucessivas manobras defensivas visando ao retardamento injustificado do processo”.
O magistrado também determinou que seja nomeado um defensor público para defender Gegê do Mangue, caso os advogados do acusado tentem outra manobra para adiar o julgamento.
O julgamento desta segunda-feira representava a quinta tentativa de o júri popular analisar o caso, após sucessivos adiamentos resultados de recursos que tramitaram em cortes superiores.
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Assassinatos
Gegê ouviria do MP, nesta segunda-feira, que foi ele, em parceria com outros integrantes do PCC, que ordenaram a execução de Nilton Fabiano dos Santos, o Midas, e o Rogério Rodrigues dos Santos, o Digue, em 5 de outubro de 2004, na viela 16 da Favela do Sapé, no Rio Pequeno, na zona oeste da capital.
Para sustentar essa visão, a promotoria pretende apresentar interceptações telefônicas em que mostram Gegê e comparsas discutindo o crime.
Os homicídios teriam sido motivados para vingar as mortes de traficantes conhecidos apenas como Micaratu e Zóio de Gato, braços do PCC na favela. Teriam sido Midas e Digue os responsáveis pelos assassinatos, supostamente motivados por disputa por ponto de venda de drogas na região.
Casa abandonada
Na semana passada, a reportagem esteve na Rua Fidalga, número 1.010, endereço na Vila Madalena, na zona oeste, fornecido por Gegê quando foi libertado. A reportagem se deparou com um domicílio com sinais de abandono. A casa tem janelas quebradas, uma obra de primeiro andar deixada pela metade e um anexo em que o portão foi substituído por uma lona. Na garagem, um carro foi visto, mas ninguém respondeu às tentativas de contato. Fora, na caixa de correios, correspondências se acumulavam.
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Gegê saiu da cadeia no dia 2 por determinação do juiz Deyvison Hebert dos Reis, de Presidente Prudente.
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*Estadão Conteúdo