A implementação da Lei Federal nº 15.100/2025, que proíbe o uso de dispositivos eletrônicos como celulares em ambientes escolares, gerou reflexões no Colégio Catarinense, em Florianópolis. Com o objetivo de preservar a qualidade da socialização e da aprendizagem dos alunos, a medida tem sido vista com bons olhos por educadores e pais. Na instituição, o uso dos dispositivos é proibido durante as aulas, intervalos e recreios, mas permitido para fins pedagógicos, na garantia de condições de acessibilidade e por motivos de saúde.

Continua depois da publicidade

O Colégio Catarinense avalia que a mudança foi necessária para o ambiente escolar, já que reflete a necessidade de proporcionar um ambiente mais saudável para o desenvolvimento dos estudantes, tanto no âmbito acadêmico quanto social. Para Louisa Carla Farina Schröter, diretora acadêmica do Colégio Catarinense, a Lei Federal surgiu como apoio legal a um trabalho que já era desenvolvido na escola. 

— Já realizávamos um trabalho de reflexão sobre o uso de tecnologia com todos os alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, mas a Lei nº 15.100, de janeiro deste ano, trouxe um respaldo importante e serviu de ponto de atenção para as famílias — afirma.

Louisa destaca que a restrição do uso de celulares nas escolas não impede a utilização da tecnologia no ambiente de aprendizado, apenas regula seu uso. Segundo ela, o objetivo é combater práticas prejudiciais, como o cyberbullying, e permitir que os alunos se concentrem nas tarefas propostas pelos professores.  Além disso, longe das telas, os alunos conseguem ter interações sociais mais saudáveis, especialmente em um momento tão sensível quanto a adolescência. 

A professora Sandra Mara Pereira tem acompanhado de perto a transformação dos estudantes do Catarinense, após a implantação da Lei. Segundo ela, o comportamento tem mudado, e os estudantes estão mais focados nas tarefas diárias. 

Continua depois da publicidade

— Durante as aulas, estamos percebendo o aumento da concentração nas atividades propostas. Além disso, nos recreios e intervalos, voltamos a ver as crianças brincando e interagindo com mais consciência da realidade, o que é importante para o desenvolvimento socioemocional — observa.

Impactos positivos no foco e na interação

Com a restrição do uso de celulares e demais aparelhos eletrônicos, a escola tem observado significativas melhorias na qualidade das interações entre os alunos e no foco durante as aulas. A professora Sandra acredita que os benefícios são nítidos, já que os professores estão percebendo que a participação dos alunos tem aumentado, especialmente dos mais dispersos, o que está melhorando a qualidade das aulas e, principalmente, a aprendizagem dos estudantes.

Além disso, a implementação da Lei tem oportunizado maior interação social entre os alunos, um aspecto muitas vezes perdido com o uso excessivo de dispositivos móveis. 

Cleber Ramos, pai de um dos estudantes do Colégio Catarinense, acredita que a medida trará benefícios em longo prazo. Ele relata que, apesar de o período de adaptação por parte das famílias ser desafiador, os estudantes terão um melhor desempenho educacional com o decorrer dos dias. 

Continua depois da publicidade

— Acredito que, com a proibição, os alunos terão a oportunidade de focar mais nas tarefas escolares e nas interações presenciais, sem a competição constante com o conteúdo digital — diz.

Colégio Catarinense promove palestras sobre os perigos do uso excessivo das telas para a comunidade escolar (Foto: Divulgação)

Fiscalização e engajamento da comunidade escolar

A fiscalização da implementação da Lei tem sido uma tarefa desafiadora para a escola e as famílias. O Colégio Catarinense tem oferecido orientações, tanto para os alunos quanto para os pais, a fim de que todos tenham um entendimento claro sobre a importância da medida. 

— Estamos criando espaços de reflexão junto aos pais, promovendo colóquios, como o que aconteceu em 27 de fevereiro, para analisar e refletir sobre o uso excessivo de telas — explica Louisa.

Além disso, a escola tem investido em ações educativas, formativas e de orientação com o objetivo de garantir que todos, na comunidade escolar, compreendam os impactos do uso excessivo da tecnologia na saúde mental dos alunos. 

Continua depois da publicidade

Uma das principais preocupações é manter os alunos engajados nas atividades escolares sem o uso de dispositivos móveis. Para isso, a escola oferece alternativas, como jogos lúdicos durante os intervalos e quadras esportivas para promover a interação física.

A escola também disponibiliza armários individuais para os alunos guardarem seus celulares e outros dispositivos eletrônicos durante o período escolar. Cada aluno recebe uma chave do armário para guardar o celular e outros pertences pessoais. Caso algum deles descumpra as orientações, a escola recorre ao Manual de Convivência, que prevê a aplicação de medidas disciplinares, como atividades reflexivas sobre o uso das telas.  

Para saber mais sobre a rotina escolar do Colégio Catarinense, acesse o site.