Se as coisas são difíceis para as noras e os genros, quem está do outro lado da história não sofre menos. Segurar o ciúme e aceitar que a felicidade dos filhos não depende mais só delas deixa mães enlouquecidas.
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Ingrid, personagem da atriz Natália do Vale na novela Viver a Vida, que o diga. Na trama, ela é do tipo que espera os filhos adultos no sofá da sala a cada noite e sofre horrores com as escolhas amorosas dos rebentos. Mas quem estuda a fundo esse tipo de relação garante: com quase nenhum esforço – e muita paciência – é possível, sim, manter a convivência numa boa mesmo sem morrer de amores pelos amores dos filhos.
De acordo com o psicólogo Thiago de Almeida, a boa convivência familiar não depende só de ir ou não com a cara do sujeito. Aceitar que filhos crescem e são livres para escolher seus próprios parceiros faz parte.
– Quando o filho permite que alguém passe a frequentar a casa dos pais é um sinal de que, para ele, aquele é um relacionamento importante – explica.
– O problema é que para alguns pais assumir um compromisso assim é quase como romper o cordão umbilical de vez, e aí eles se sentem abandonados – completa.
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Por isso, o psicólogo avisa: entrar em pânico e querer empurrar o problema para longe não é a solução apropriada. Pedir para que os filhos terminem o relacionamento, por exemplo, não deve nem ser uma alternativa.
– Muitas mães caem no erro de tentar persuadir o filho de que o relacionamento não é apropriado. Isso só trará estresse ao ambiente familiar – conclui.
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Limite é bom e todo mundo precisa
Faz parte do senso comum a afirmação “o limite de um termina quando começa o do outro”. Quando esse outro é alguém muito presente na vida do filho, é bom que esses limites sejam determinados – e respeitados – para garantir a coexistência pacífica. Sendo assim, algumas regrinhas podem ajudar a dosar o relacionamento em casa, de acordo com especialistas.
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No entanto, se o visitante passa a ser um incômodo para a família, cabe aos pais o controle da situação.
Na opinião do psicólogo Amélio da Silva, existem maneiras firmes de lidar com inconvenientes. Ser assertivo, usar a educação e a tolerância são dicas importantes.
– Se a casa é dos pais, eles têm o direito de impor algumas regras, mas é preciso que saibam negociar a melhor saída para todos. Afinal, o que está em jogo é a harmonia familiar.
O que fazer?
Existem algumas regrinhas para tornar agradável e harmonioso o convívio entre nora (ou genro) – filho – sogra e, assim, evitar o estresse no ambiente familiar:
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:: Normal fazer uma ou outra visita no começo do namoro, mas entrar de vez na vida da família não é uma boa.
:: Passar dias e noites inteiros na casa dos sogros, só depois de alguns meses.
:: Se você vai ficar mais de um dia na casa do namorado, organize uma mala de roupas que seja suficiente e organizada. Pedir roupa emprestada para a sogra ou para a cunhada pode ser desconfortável.
:: Atenção, meninas: manter o banheiro organizado é fundamental. Fique atenta para não esquecer peças de roupas íntimas por lá. Os meninos devem prestar atenção à tampa do vaso levantada.
:: Se o plano é passar a noite, o melhor é que a visita seja no fim de semana. Durante a semana, as pessoas têm compromissos, atrapalha a rotina da casa e até mesmo a do casal, que estuda ou trabalha.
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:: Aparecer de camisola ou samba-canção na mesa do café-da-manhã não tem nada a ver. Circular nas áreas comuns da casa, só depois de devidamente vestido.
:: Ser uma sogra receptiva ajuda a deixar de lado o estresse desnecessário. Não custa nada oferecer um café-da-manhã caprichado ou convidar a namorada ou o namorado para um almoço em família. Além de simpático, é uma boa oportunidade para conversar e conhecer melhor a pessoa antes de qualquer julgamento.
:: Se a situação está ruim mesmo, o melhor então é chamar os dois para uma conversa franca. Ficar soltando indiretas pode piorar a situação.
Fonte: Virgínia Gargiulo, especialista em etiqueta
Genro ganhou até apelido de Agostinho Carrara
Histórias de experiências traumáticas com sogra há aos montes. Todo mundo conhece alguém com uma para contar. O estudante de ciência política Pedro Ribeiro, 22, sabe bem disso. Da última sogra, não tem saudades.
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– Ela me regulava a comida, ficava dando indiretas e ainda colocava os dois filhos pequenos para ficarem nos vigiando – recorda.
Só que de um ano para cá, desde que começou a frequentar a casa da atual namorada, a também estudante Jéssica, 21, ele deixou de ser regra para virar exceção. A convivência com a família é tão bacana que ele se sente um membro dela.
– Eu adoro tê-lo por perto – garante Herivânia Damata, 45, a sogra.
A intimidade é tanta que já rendeu até apelido.
– Meu filho mais novo começou a chamá-lo de Agostinho Carrara (personagem do programa A Grande Família) porque diz que ele explora a gente e é muito folgado, mas é brincadeira – diverte-se.