Com 249 instituições atuando em sete diferentes setores, o cooperativismo se destaca como um movimento econômico e social de referência em Santa Catarina, que tem cerca de 58% de sua população associada a alguma cooperativa. Dados recentes do Núcleo de Cooperativas da Associação Empresarial de Rio do Sul (ACIRS) apontam que mais de 4,2 milhões de pessoas são impactadas por esse movimento, que é celebrado anualmente no primeiro sábado do mês de julho. Em 2025, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional do Cooperativismo (AIC 2025), o dia 5 de julho marca o Dia Internacional do Cooperativismo (DIC).

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Ainda de acordo com o Núcleo de Cooperativas da ACIRS, uma região catarinense se destaca na adesão ao movimento: no Alto Vale do Itajaí, onde mais de 90% da população é associada a alguma cooperativa e 2.574 pessoas são funcionárias diretas de cooperativas, o que representa um aumento de 12% em relação ao número de empregos diretos gerados pelo cooperativismo em 2023. Este impacto foi especialmente reconhecido pelo município de Blumenau: em uma lei sancionada em abril de 2024, o cooperativismo passou a ser considerado Patrimônio Imaterial da cidade, que conta com 73 cooperativas e é considerada a cidade com mais cooperados do Brasil, com 75% da população – mais de 270 mil pessoas – associada a alguma cooperativa de crédito, conforme dados do Banco Central (BC).

O cooperativismo brasileiro tem algumas de suas raízes em Santa Catarina, com experiências pioneiras que se desenvolveram em diferentes regiões do estado. A primeira delas foi a criação de uma colônia de produção e consumo baseada nos ideais cooperativistas ainda em 1841, na então comunidade de Palmital, em São Francisco do Sul, atual município de Garuva. Mais tarde, em 1889, foi fundada uma cooperativa em Rio dos Cedros e, em 1908, em Urussanga, o que demonstra o caráter cooperativista do estado.

“Em Santa Catarina, o cooperativismo é mais do que um modelo de negócios, é uma ferramenta de inclusão, de desenvolvimento equilibrado e de construção de um futuro mais justo. O cooperativismo não só contribui com a economia catarinense, como também constrói comunidades mais fortes, resilientes e unidas. É um modelo que gera valor para todos: para o cooperado, para a comunidade e para o estado como um todo”, diz Moacir Krambeck, Presidente do Conselho de Administração da Central Ailos..

Para Ricardo da Silva, diretor executivo da Viacredi Alto Vale, cooperativa que integra o Sistema Ailos, o papel das cooperativas nesse cenário é fundamental: “O cooperativismo na região do Alto Vale é uma força cultural. A população entende o valor de ser dona do seu próprio negócio, de construir juntos e de crescer coletivamente. E é justamente essa mentalidade que torna a região um exemplo de como o modelo cooperativista pode transformar realidades, com as cooperativas de crédito agindo como instrumentos de transformação que contribuem para promover autonomia, fortalecer a comunidade e construir um futuro mais justo e próspero para todos.”

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Formado por 13 cooperativas filiadas – Acentra, Acredicoop, Credelesc, Credicomin, Credifoz, Crevisc, CredCrea, Civia, Evolua, Transpocred, Únilos,  Viacredi e Viacredi Alto Vale –, uma central e uma corretora de seguros, o Sistema Ailos conta com mais de 1,7 milhão de cooperados e está presente em Santa Catarina e toda a região Sul, além de São Paulo. Se destaca pelo atendimento humanizado ao cooperado, gestão democrática, baixas taxas de juros, rendimentos altos, acessibilidade a uma ampla gama de produtos e serviços e incentivo ao desenvolvimento regional.

Ano Internacional das Cooperativas

Na Assembleia Geral das Nações Unidas realizada em junho do ano passado, 2025 foi escolhido para celebrar o Ano Internacional das Cooperativas (AIC). Com o tema “Cooperativas constroem um mundo melhor”, a ONU ressalta o papel das cooperativas para uma sociedade mais justa e sustentável, além de sua capacidade de promover crescimento, fortalecer comunidades e unir pessoas em torno de um objetivo comum.

Alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, os objetivos do AIC são: a conscientização e a sensibilização do público quanto ao impacto do movimento cooperativista; a promoção e o estabelecimento de um ecossistema empreendedor global; a instauração e a defesa de estruturas de suporte às cooperativas em todo o mundo; e a promoção de lideranças que inspirem o público jovem a conhecer e participar do cooperativismo.