Há quase dois anos, Santa Catarina enfrentou uma das piores enchentes da história recente. Entre outubro e novembro de 2023, a chuva intensa provocou estragos em cidades como Rio do Sul, Blumenau e Taió. No total, 11 pessoas morreram.

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Nesta sexta-feira (26), em entrevista coletiva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou os impactos dos eventos climáticos extremos no Estado e em outras regiões do Brasil.

— Esses episódios lamentáveis já estão diagnosticados pela ciência. Todo o acompanhamento feito pelos climatologistas mostra que cerca de 1.942 municípios do país são vulneráveis. Precisamos atacar as causas, como as emissões de CO2, e, ao mesmo tempo, nos adaptar — afirmou.

Marina participou de um dos principais painéis do 27º FNESP, maior fórum de ensino superior da América Latina, realizado em São Paulo.

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Preparação para a COP30

A ministra destacou, ainda, que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá entre os dias 11 e 21 de novembro em Belém, no Pará, será a COP da “implementação” e reforçou a necessidade de apoio internacional.

— A maior parte das emissões é produzida por países ricos e desenvolvidos, mas, infelizmente, as consequências são sentidas em países que têm menos condições — disse.

Segundo Marina, a Noruega, o Reino Unido e a Alemanha já sinalizaram contribuições ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), anunciado nesta semana pelo governo federal. O objetivo da iniciativa é captar recursos e financiar ações de preservação ambiental.

Calor extremo e educação

A ministra também ressaltou os efeitos do calor nas escolas brasileiras. Em parceria com os ministérios da Educação e da Saúde, disse que pretende ampliar a climatização das salas de aula por meio de uma força-tarefa.

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Em Santa Catarina, mais de 30% das salas de escolas públicas, estaduais e municipais, não têm ar-condicionado, segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, divulgado na quinta-feira (25).

Eventos extremos em SC

De acordo com o Atlas de Desastres no Brasil, o Estado registrou 339 mortes e quase 1,3 milhão de desabrigados e desalojados entre 1991 e 2024. O levantamento reúne ocorrências relacionadas ao clima, como alagamentos, enxurradas, deslizamentos e vendavais.

*A repórter viajou a convite do Semesp.

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