A tentativa de um grupo de moradores do Campeche de resolver o problema de ligações de esgoto clandestino no bairro acabou causando preocupação em outro grupo, que teme pelos alagamentos com a obstrução de parte do córrego das dunas, uma vala de rede pluvial que em um ponto desaguava no mar.

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Moradores fecham ligações de esgoto clandestinas por conta própria em Florianópolis

Lucélio Costa, morador da rua Manuel Rafael Inácio, explica que toda vez que chove forte a rua fica completamente alagada, pois a vala não dá vazão suficiente para a água:

— Depois de muita insistência, finalmente a Prefeitura apareceu aqui e fez a limpeza da vala, mas precisam fazer com mais frequência para não acontecer esse problema. Daí a água fica preta, e esse pessoal resolveu colocar sacos de areia, mas desse jeito vai voltar tudo para as ruas. Ninguém quer esgoto na praia, mas também não podemos ficar com as casas alagadas — disse.

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O morador Arlindo João da Silva relata que o extravasador do córrego foi feito pela própria Prefeitura há mais de 25 anos, pois o cano de cerca de 60 centímetros que passa por baixo da Avenida Pequeno Príncipe não é suficiente para escoar a água da chuva:

— Eles supõem que tem gente que liga esgoto, entendo que as pessoas querem resolver a situação, ninguém tá contra esse moradores, mas a gente precisa chamar a fiscalização pra verificar dentro da casa das pessoas. Eles pensaram que estavam fechando esgoto, mas fecharam a via natural. Nossa indignação é que aqueles não fazem nada errado vão ser penalizados e sofrer as consequências quando der uma chuva forte — explica.

Os moradores da rua estão juntando a documentação e pretendem fazer uma denúncia no Ministério Público para cobrar uma solução definitiva por parte da Prefeitura, de modo que não precisem mais se preocupar toda vez que chove:

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— Queremos uma solução definitiva. Nem estou dormindo direito de preocupação — lamentou Arlindo.

Em reportagem do Jornal do Almoço no dia 12 de janeiro, quatro dias após o colocação da barreira, a moradora Maria Lúcia das Chagas, uma das participantes da ação, disse que tinha ciência que o problema poderia estourar em outro local:

— Este ato foi muito bem pensando. Gostaria que esse esgoto voltasse para a casa de quem coloca. Se tiver que estourar, que seja em alguma avenida, mas não na praia — disse.

E A SOLUÇÃO?

O secretário de obras de Florianópolis, Luiz Américo Medeiros, explica que a limpeza da vala foi realizada em 2017, e vai ser mantida dentro de um cronograma semestral, o que deve diminuir o problema de alagamento.

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— Já temos todas as valas mapeadas e sabemos que precisa de manutenção. O que os moradores fizeram é ilegal, entendo que às vezes na ânsia de resolver a situação resolveram tomar essa medida, mas vou pedir para a intendência verificar no local — explicou.

Responsável pela fiscalização, a Vigilância Sanitária informou que já possui levantamento de possíveis pontos de lançamento, que serão confirmados ou descartados conforme a sequência das ações. O órgão reforça ainda que a identificação de lançamentos irregulares resultará na punição aos infratores com multas.

ONDE COBRAR

Secretaria de Obras

Rua Tenente Silveira, 60 – 4º andar

Horário: das 13h às 19h

Telefone: 3251-6330/ 3251-6351

Vigilância Sanitária Municipal

Av. Prof. Henrique da Silva Fontes, 6100 – Trindade

Telefone:(48) 3212-3913

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