
Saúde
Ela foi dispensada de três unidades de saúde da cidade sem receber um diagnóstico correto
Angélica da Silva, 29 anos, foi diagnosticada com Malária, em Joinville, depois de uma viagem internacional a Moçambique. A notificação sobre a doença só aconteceu depois que a mulher procurou três estabelecimentos públicos de saúde do município, sem receber um diagnóstico correto. A identificação da doença só aconteceu depois que a paciente procurou um hospital privado, cerca de dez dias após os primeiros sintomas.
Angélica e o marido, Flavionei da Silva, permaneceram juntos no país africano por quase um mês. No início deste mês, o casal retornou à Joinville e Angélica começou a sentir fortes dores de cabeça. Em 10 de agosto, ela foi até ao pronto-atendimento Leste pela primeira vez. No local, recebeu medicação e foi liberada. Quando voltou para casa, continuou se sentindo mal com dores fortes e vômitos.
A mulher retornou para a unidade de saúde onde foi cogitada a hipótese de ela ter contraído dengue. Pela segunda vez, a paciente tomou medicamentos e foi liberada. Inconformado, o casal procurou um hospital da cidade, em 18 de agosto. No entanto, o procedimento realizado em Angélica foi semelhante às outras consultas.
De acordo com o marido, em todas as visitas às unidades de saúde joinvilenses o casal informou à equipe médica sobre a possibilidade dela ter contraído a malária. Flavionei conta que mostrou o passaporte com todos os locais que ela viajou, mostrando as zonas de risco da doença. Antes de embarcar, Angélica chegou a tomar a vacina contra a febre-amarela.
Na última semana, como o quadro clínico de Angélica continuou piorando, o marido a levou a um hospital particular onde ela foi diagnosticada com malária. A paciente está internada há nove dias, já recebeu medicação específica para a enfermidade e atualmente está em coma induzido. Segundo Flavionei, o estado de saúde dela é considerado grave.
- Neste momento, a infecção está no pulmão, no sangue e o fígado sofreu uma hemorragia. O vírus já foi combatido do organismo com os medicamentos, mas o caso dela é grave porque ainda não conseguiu se curar - conta Flavionei.
Por nota, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Saúde acompanha o caso da paciente e ressalta que foi instaurado um processo para apurar o atendimento recebido por Angélica na UPA Leste. O município ainda disse ainda que mantém contato com a família e ofereceu apoio para internação no Hospital Municipal São José, em caso de necessidade e interesse dos familiares.
Por causa da situação - da procura das unidades de saúde sem receber o diagnostico - o casal pretende entrar com uma ação contra o município. De acordo com o advogado do casal, Fábio Cuzinsky, os dois foram tratados com negligência, já que para o casal tentou atendimento gratuito, por meio do sistema público de saúde, mas precisou procurar a rede particular depois de três tentativas.
- Desta forma, estamos buscando que esse custo do tratamento particular seja custeado pelo estado.
Além disso, o advogado ainda estuda a possibilidade da responsabilização civil, com indenização por danos morais ao casal.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive/SC ) confirmou o registro da doença em Angélica. Conforme dados da Dive/SC, em 2016, dois casos contraídos dentro de Santa Catarina foram registrados em Joinville. Neste ano, um caso foi confirmado em Rio do Oeste, mas ainda há a investigação para saber se é um caso autóctone ou importado.
A malária é transmitida por um mosquito e, caso não for tratada corretamente, pode causar a morte. Os principais sintomas da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça. Além disso, muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
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