Ele surgiu das ruas para se tornar uma modalidade olímpica. O basquete 3×3 é o esporte urbano número 1 do planeta e se inspirou nas partidas disputadas em quadras de concreto pelo mundo. Em Florianópolis, um grupo de amigos criou, há quatro anos, a equipe e ONG Nós Que Somos — Cultura na Cesta. Eles desenvolvem, no amor, projetos sociais em mais de 30 bairros e escolas da Grande Floripa. O time já coleciona conquistas nacionais e sonha com Tóquio 2020. E tudo isso começou como uma brincadeira.

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Um dos idealizadores do movimento é o Rodrigo Trindade, atleta e produtor de eventos que não aparenta seus 40 anos dentro das roupas xxl (grandes e largas) que caracterizam a cultura do basquete. Ele veio da modalidade tradicional, das quadras, mas foi para o 3×3 por ser mais dinâmico. E foi na meia quadra que vieram as grandes conquistas.

Vice-campeonato em torneio nacional

O Nós Que Somos está na elite do esporte, a Liga ANB3x3, há três anos. No mês passado, voltaram de São Paulo com o vice-campeonato no Desafio das Estrelas, evento transmitido pelo Esporte Espetacular, um resultado inédito para o basquete catarinense. Também já foram finalistas da Copa do Brasil. Em fevereiro, conquistaram em Torres (RS) o 1° Torneio Oficial FIBA 3×3 do Sul do Brasil. Foram seis vitórias em seis partidas numa competição que contou pontos para o ranking mundial. A equipe agora se prepara para disputar a Liga Nacional.

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— Estamos procurando patrocinadores reais do projeto para podermos seguir o caminho que a gente já começou. A gente tem eventos para disputar na Argentina, no Uruguai, no Egito, na França, e agora que a equipe tomou corpo, que está conseguindo ter esse alto grau de representatividade no Estado, a gente está se mobilizando para cumprir nossos compromissos. A brincadeira se tornou uma realidade! — conta Rodrigo.

SONHO OLÍMPICO

São nesses eventos que serão escolhidos os jogadores que vão representar a seleção brasileira nas Olimpíadas e campeonatos mundiais. Rodrigo acredita que pelo menos dois jogadores do time tem chances reais de serem convocados. São eles o Thiago Freitas, maior pontuador do Desafio das Estrelas, e o Adriano Garay, irmão da jogadora de vôlei profissional e da seleção brasileira Fernanda Garay.

— O Thiago Freitas foi cestinha da competição, fez 73 pontos num único torneio. E o segundo cestinha também foi nosso, o Adriano Garay. O Thiago eu acho que já surge como uma promessa para ser seleção brasileira num futuro próximo. Se ele manter essa média nos próximos três campeonatos, vai ser o cestinha disparado do ano.

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NÓS QUE SOMOS

Foi numa ação social na Chico Mendes, região continental de Florianópolis, que estava em “guerra” na época, que o Rodrigo conheceu o Ricardo Costa, de 38 anos. O atleta veio do basquete de rua de Curitiba, e os dois se identificaram tanto pelo esporte como pela vontade de fazer o bem.

— O intuito, além de jogar com os amigos, era fazer o social. Poder levar o esporte onde ele não chega. A vitória é na quadra, mas o fora dela é muito mais importante. E aí começamos a levar o basquete na periferia de Florianópolis, de São José. O esporte é a mudança, ele mudou minha vida.

O nome do time, que também é uma ONG, carrega justamente essa bandeira do social.

— Nós que somos arte, nós que somos cultura, nós que somos amor, nós que somamos. É a junção de várias pessoas em prol de um ideal — explica Rodrigo.

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O Nós Que Somos toca um projeto chamado basquete e poesia. Os atletas vão até as escolas e comunidades envolver as crianças, não só na questão do esporte, mas também na educação. Os professores são todos voluntários e não cobram nenhum centavo. O NQS também leciona basquete 3×3 na pista da Costeira e dá aulas para crianças com síndrome de down. A única condição para participar dessas iniciativas é a criança estar estudando.

— A gente se tornou uma família. O esporte é a mudança, é o caminho da felicidade! – convida o Ricardo.

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