Começam a chegar nesta quinta-feira as primeiras obras do Artemosfera, iniciativa que vai levar arte às ruas de Porto Alegre, propondo a preservação do espaço público e uma nova postura com relação à cidade. Espalhados pela Capital, os trabalhos iniciais contemplam mobiliário urbano com mensagens positivas na Praça da Encol, a derrubada imaginária do Muro da Mauá e uma releitura do Laçador, entre outros.

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Algumas instalações já podem ser vistas em pontos de grande movimentação, e outras estão programadas para serem inauguradas em mais duas etapas, em dezembro (veja no fim da matéria o calendário do que vem por aí), com a participação de cerca de 60 criadores, entre artistas plásticos, arquitetos, publicitários, decoradores e estilistas.

– Convidados diversificados são também parte da ideia. O Artemosfera é feito por e para seus próprios moradores. Não vem de fora, ele nasceu aqui – define o curador Cézar Prestes.

Passeio pela criatividade

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Quem anda por Porto Alegre já deve ter notado uma movimentação diferente em determinados pontos. Projetos envolvendo praças, avenidas e até o Muro da Mauá, que começaram a ser erguidos nos últimos dias, tomam forma definitiva a partir de hoje, quando chegam às ruas as primeiras obras do Artemosfera.

Iniciativa pioneira no Estado, o circuito de arte urbana envolverá dezenas de criadores, que espalharão instalações por pontos movimentados da Capital tentando captar não apenas a atenção do público, mas estimular o debate sobre o próprio espaço que ele ocupa.

Para o curador da mostra, Cézar Prestes, o objetivo principal do Artemosfera é criar consciência com relação ao espaço público e ao mesmo tempo valorizar a cidade.

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– Tocamos em temas caros para os moradores, como uma praça abandonada, um muro que não deveria estar lá, o transporte público. Serão dois meses de um grito com cores, humor, criatividade. Além de tudo, vai tornar a cidade mais bonita e abrir debates.

Um desses debates já pode ser dado como certo, como no caso da obra de Leandro Selister. Por cima de uma estrutura de MDF, o artista cobrirá 45 metros do Muro da Mauá com uma vista das águas do Guaíba que hoje é inexistente, dando a sensação de que a parede de concreto foi derrubada naquele trecho.

– É uma vista que todo mundo deseja e à qual só se tem acesso na Feira do Livro ou na Bienal. Durante esses períodos, fala-se em derrubar o muro, lembram do projeto do Puerto Madero em Buenos Aires, então pensei em algo mais simples e direto – explica Selister.

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Leonid Streliaev também espera reações ao seu Laçador de braços abertos e de cores fortes, misto de Cristo Redentor com a estética de Andy Warhol. A imagem será posicionada nos dois lados da passarela que liga o aeroporto à estação da Trensurb sobre a Avenida dos Estados.

– O pobre do Laçador está de braços fechados faz 50 anos, enquanto o Cristo, no Rio, esbanja simpatia a todos.

Outras obras, no entanto, são feitas para suspirar em meio ao caos. Raul Hilgert desenhou linhas curvilíneas com grama preta nos taludes do Túnel da Conceição, evocando tranquilidade e fluência numa região de tráfego ininterrupto. No Largo Glênio Peres, Eduardo Vieira da Cunha trouxe de volta, em placas de cerâmica, os velhos bondes que um dia percorreram Porto Alegre.

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Prestes reitera essa característica da proximidade entre obra e público presente nas instalações do Artemosfera como parte do projeto:

– Estamos entrando em recantos que fazem parte do cotidiano das pessoas, então é quase um convite para que elas também façam a diferença e não sejam apenas espectadoras.

O circuito de arte urbana Artemosfera tem patrocínio de Chevrolet, Zaffari, Braskem e TIM, apoio de Tintas Renner e prefeitura de Porto Alegre. A realização é do Grupo RBS.

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O amor na praça em tempos de revolução

Uma das praças mais movimentadas de Porto Alegre, a Praça da Encol vai ganhar um mobiliário urbano divertido, útil e também engajado. Artista que trabalha com projetos voltados ao setor comercial, Alexandre Cusco criou em aço as letras da palavra REVOLUTION, com um metro de largura e um de altura cada uma, para serem colocadas de maneira a servir de mesa ou cadeira ou virar brinquedo para as crianças.

Dispostas em um declive da praça, as letras da instalação ficarão semelhantes ao famoso letreiro de Hollywood.

Mas a mensagem que Cusco quer passar está implícita e vai ganhar destaque quando pintar as letras L, O, V e E, ressaltando o amor (love) dentro da revolução (revolution). Ele próprio admite que a ideia não é original, mas que a iniciativa é mais válida do que nunca.

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– É uma boa mensagem. E vamos pintar com os frequentadores da praça, durante o final de semana, quando tiver bastante gente – avisa Cusco.

O que vem por aí

A partir do próximo dia 25

Vitório Gheno – Vai homenagear a cidade pintando o muro da ETA da Fernando Gomes

Caé Braga – O belvedere no Morro Santa Tereza vai ganhar uma escultura com materiais reciclados

Carlos Tenius – O artista volta a sua obra Monumento aos Açorianos para trabalhar em nova iluminação

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Fernando Bueno – Ampliações fotográficas cobrirão portas no viaduto da Avenida Borges de Medeiros

Gelson Radaelli – Uma nova pintura para as paredes externas dos sanitários da Praça Dom Feliciano

A partir do dia 7 de dezembro

Eleonora Fabre – A Praça Frederico Ernesto Ballve receberá uma escultura em homenagem aos skatistas que frequentam o local

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Miltinho Talavera – Vai “pintar” de dourado todos que passarem pela Praça Atos Damasceo Ferreira

Nico Rocha – Instalação luminosa na orla do Guaíba

Ricardo Pires (Pirecco) – Um misterioso cubo no meio do Parcão. Simples por fora, mas cheio de surpresas por dentro

Mauro Fuke – Em frente ao Aeroporto Salgado Filho, vai colocar uma grande escultura em PVC

Zorávia Bettiol – Escultura na orla de Ipanema convidará ao engajamento ambiental

Em www.artemosferapoa.com.br veja os locais onde estão as obras e conhe;a melhor o projeto.

No Twitter, siga @artemosferapoa

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