A nova ofensiva da Polícia Civil de Santa Catarina contra o crime organizado em Joinville mira 24 novos alvos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. Na manhã desta segunda-feira, cerca de 100 policiais desencadearam a Operação Leviathan para cumprir prisões preventivas e buscas e apreensões expedidas pela Justiça.
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A investigação durou oito meses e foi coordenada pela Divisão de Repressão a Roubos da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Joinville. A complexidade do inquérito ao longo dos meses mapeou as principais lideranças da organização criminosa que vem agindo e travando uma guerra com criminosos da facção rival, o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
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São 48 investigados, entre homens, mulheres e adolescentes, sendo que 36 suspeitos já foram indiciados na apuração. A operação é coordenada pelo delegado João Adolpho Fleury Castilho. O delegado regional de Joinville, Akira Sato, também acompanha as buscas.
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O Diário Catarinense acompanha desde a madrugada os trabalhos policiais. Um dos bairros que a polícia fez buscas e está atrás de suspeitos para cumprir prisões é o Jardim Paraíso, um dos mais críticos em conflitos entre facções. A polícia dará uma entrevista coletiva ainda pela manhã para revelar detalhes.
16 presos
As informações preliminares divulgadas pelo delegado João Adolpho Fleury Castilho indicam que até às 9h45min havia 16 presos, incluindo alguns que já estavam em presídios.No complexo policial do Boa Vista é grande a movimentação de entra e sai de viaturas levando detentos. Há também carros do Departamento de Administração Prisional (Deap) que fazem escolta de presos.
Juíza acompanha operação policial em Joinville
A juíza da 1a Vara Criminal de Joinville, Karen Francis Schubert Reimer, acompanhou a operação da Polícia Civil na manhã desta segunda-feira. Ela usou colete à prova de balas e ficou ao lado de policiais civis em buscas no Bairro Jardim Paraíso.
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Para os policiais, a presença da magistrada serviu também como um gesto de motivação no enfrentamento ao crime organizado. A juíza foi quem decretou as prisões preventivas e os ordens de busca e apreensão e acompanha o inquérito desde o começo.
Karen é conhecida em Joinville pela atuação dura no combate ao crime e as ações junto à segurança pública local. A magistrada considera fundamental o cerco da polícia e do Estado às facções criminosas para a diminuição da criminalidade.
A Operação Leviathan começou por volta das 5h da madrugada, quando os cerca de 100 policiais civis de Joinville e região começaram a chegar na sede da Divisão de Investigação Criminal (DIC), no bairro Boa Vista.
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Houve uma rápida reunião e divisão das equipes, além da prestação das informações sobre os alvos, incluindo fotografias dos suspeitos e das residências. Depois, as viaturas seguiram em comboios para os locais.
Leviathan
Nomeado a partir de um monstro bíblico, Leviathan trata da organização da sociedade. Para Hobbes, o homem em estado natural desconhece as leis e a ideia de Justiça, todos têm direito a tudo, para conseguir o que desejam, lançam mão da força e da astúcia. A consequência é a a guerra de todos contra todos e a única forma de refrear essa guerra seria realizando o pacto social, quanto todos abrem mão de seu direito em nome de um único soberano.
HISTÓRICO