ZH pediu a ajuda de quatro economistas para tirar dúvidas sobre os desdobramentos do plebiscito na Grécia.

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A Grécia poderá continuar na zona do euro, com a vitória do não?

É pouco provável. Na avaliação do economista Flávio Fligenspan, da UFRGS, a opção pelo não tende a levar a uma ruptura. Tirar a Grécia da zona do euro seria uma forma de evitar que outros países em situação econômica delicada, como Portugal, sigam o mesmo caminho:

– Os líderes europeus sabem que, se aceitarem o não da Grécia, podem abrir precedentes e acabar incentivando o avanço político de partidos novos, com propostas nacionalistas fortes.

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Os bancos gregos abrirão a partir de terça-feira?

Os economistas Flávio Fligenspan, Celso Pudwell e Marcelo Portugal consideram difícil que os bancos reabram normalmente a partir de terça-feira. É mais provável que permaneçam fechados por estarem descapitalizados. Em 2001, na maior crise de sua história recente, a Argentina fez o mesmo.

– Se eu fosse grego, e as agências bancárias reabrissem, a primeira coisa que eu faria seria limpar minha conta. Só que todo mundo faria o mesmo, e não haveria dinheiro suficiente. A única saída para os gregos seria o Banco Central Europeu injetar recursos – diz.

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O Brasil será afetado pelo resultado do plebiscito?

Os economistas divergem. Para Marcelo Portugal, da UFRGS, os efeitos sobre a economia brasileira deverão ser tímidos. Celso Pudwell concorda.

A principal consequência, no entendimento deles, será a desvalorização do real frente ao dólar, mas em escala pequena (de alguns centavos) e por não mais do que “uma semana ou duas”.

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Já André Azevedo projeta um cenário mais pessimista. Ele acredita que a queda do real poderá provocar o aumento da inflação e, por consequência, da taxa de juro.

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Os economistas são unânimes: se for viajar, leve consigo euros extras, em espécie. Com os bancos fechados, você não terá como sacar dinheiro, se precisar. Além disso, os gregos estão “desesperados” por euros e poderão lhe dar desconto se pagar em cash.

Mas fique atento: viajar para um país em crise tem seu lado positivo (inclusive porque os preços tendem a baratear), mas também riscos. André Azevedo aconselha o adiamento da viagem para evitar eventuais problemas, principalmente com manifestações. Marcelo Portugal e Flávio Fligenspan ponderam.

– É uma situação delicada, mas nem se compara com o que a Argentina viveu em 2001 – diz Fligenspan.

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* Zero Hora