Ainda que não seja capaz de impedir uma doença, a existência da defensoria pública em Santa Catarina poderia reduzir o sofrimento de quem enfrenta sérios problemas de saúde. É o caso de Marili Aparecida Luiz, moradora de Lages, na Serra. Paciente de câncer, ela obteve na Justiça o direito de receber do Estado um remédio não fornecido pelo sistema público de saúde. O medicamento deve chegar nos próximos dias, mas já poderia estar fazendo efeito no organismo de Marili.

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Após sentir dores nas costas ao passar na catraca de um ônibus, a dona de casa descobriu, em setembro de 2003, que tinha um câncer na tireoide. Oito longos anos se passaram até que fez a primeira cirurgia, em setembro de 2011. Mas um pequeno tumor insistiu em permanecer, e Marili precisará fazer um novo procedimento.

No dia 25 de janeiro deste ano, o endocrinologista de Marili indicou que ela necessita de radiodoterapia, mas, antes, deve tomar duas injeções de Tireotropina Alfa, medicamento que custa aproximadamente R$ 5 mil cada dose.

Com uma renda mensal de apenas R$ 200, provenientes da pensão do ex-marido, e outros R$ 450 líquidos que a filha mais velha recebe como cozinheira, Marili entrou em contato no início de fevereiro com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Lages, e soube que não poderia ser ajudada.

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– Me disseram que só pagando eu teria advogado, e aí tive que esperar quase dois meses para pedir ajuda à Uniplac (Universidade do Planalto Catarinense).

No dia 25 de março, Marili entrou com um processo no Escritório Modelo de Direito da Uniplac, e seis dias depois, a Justiça concedeu uma tutela antecipada obrigando o Estado a fornecer as injeções à paciente.

– Os remédios ainda não chegaram, e devo pegar nos próximos dias. E tem que ser logo, porque a radiodoterapia já foi marcada duas vezes e precisou ser cancelada porque eu não tenho as injeções. A nova data agora é 2 de maio, mas se não der, só conseguirei fazer na metade do ano que vem. Até lá, continuarei sentido dores pelo corpo. Se houvesse advogado gratuito para a população, eu já teria feito isso. Mas como não tem, se não fosse a Uniplac, eu não faria o tratamento e passaria o resto da vida sofrendo. Acho muito errado isso acontecer, pois tem muita gente que precisa.

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