O domingo de foi de uma triste despedida para familiares e amigos do professor, ex-prefeito e ex-deputado estadual Sérgio Grando. O primeiro político de esquerda a administrar Florianópolis estava com 66 anos e morreu sábado, 31, horas antes da cidade ser iluminada justamente por um dos espetáculos criados em sua gestão, o Réveillon das Luzes.
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Grando morreu em decorrência de câncer no sistema digestivo. O corpo foi sepultado na tarde deste domingo no Cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis.
Gaúcho de Veranópolis, Grando chegou cedo em Santa Catarina para estudar nos anos 1960. Tornou-se professor e na antiga Escola Técnica, atual IFSC, deu aulas de Física e de Matemática. Era ainda bem jovem quando começou a militar, inicialmente em atividades de classe, como a Associação dos Professores Licenciados de Santa Catarina.
Nos anos 1970 tornou-se militante no então MDB, partido que na época abrigava a esquerda e encampava as lutas contra repressão. No começo dos anos 1980 se elegeu vereador pelo já PMDB e com a legalização do PCB, o Partidão, decidiu trocar de sigla. É pelo PCB, depois PPS, que vai ser eleito prefeito de Florianópolis pela Frente Popular (1993-1996).
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Grando tinha um jeito tranquilo, voz suave e levava uma vida simples: gostava de tomar cerveja no mercado, caminhava pelas ruas da cidade, jogava dominó com os amigos embaixo de árvores que renovam o ar na cidade onde até os últimos dias preocupava-se com o futuro.
Recentemente e ainda no hospital, pediu a um amigo que lhe contasse como estavam as coisas na prefeitura e como estava e desenhando a nova administração. Grando também se elegeu deputado estadual. A gestão Sérgio Grando fica marcada como aquela que levou ônibus para os morros, que criou feiras populares chamadas Cestão do Povo e teve preocupação com o meio ambiente e o lazer dos moradores, com a criação dos parques da Lagoa do Peri e do Córrego Grande.
Grando também dotou a Fundação do Meio Ambiente (Floram) de órgão responsável pela questão ambiental no município. Na cerimônia de despedida, coube a padre Vilson Groh dizer que estava diante do maior líder de esquerda da Capital. A gestão de Grando, lembrou o religioso, inverteu prioridades dando destaque para as pessoas mais pobres e que não tinham serviços básicos à disposição.
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Morre, aos 66 anos, o ex-prefeito de Florianópolis Sérgio Grando