É com satisfação que Luciano Hang se refere à loja da Havan de Brusque, inaugurada em 1994. Em cada passo pelos corredores, ele aponta o dedo: “olha que lindo”, “olha que limpo”, “olha que organizado”. Não é para menos: a unidade foi o ponto de partida da criação de um império varejista que hoje soma 93 lojas que, juntas, faturam R$ 4 bilhões e empregam 10 mil pessoas.
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Hang se tornou um dos homens mais ricos do país. Agendar uma entrevista presencial com ele não é das tarefas mais fáceis (depois de muito tentar e conseguir, você pode ler o resultado nas páginas 6 e 7). Na maior parte do tempo, ele está visitando as lojas. Recentemente, esteve em todas elas para instalar um sino, tocado sempre que há motivo para se comemorar – uma meta alcançada ou o aniversário de alguém, por exemplo.
– Como você vai tocar uma empresa dessa se não motivar a sua equipe? Eu adoro fazer inaugurações, adoro subir nos tapetes, adoro ver nossos colaboradores vibrando – diz.
A motivação é uma das marcas registradas do empresário de 54 anos. Quem trabalha na Havan diz que Hang é um sujeito que não para – e para acompanhar o ritmo do patrão, só sendo tão intenso quanto ele. É essa cultura de trabalho que ele transmite Brasil afora aos funcionários das lojas da marca, uma espécie de Bíblia que, assim como na Igreja, precisa ser pregada o tempo todo. Motivação sazonal e esporádica não funciona:
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– Nós temos que querer ser sempre melhores e maiores, mas nunca acharmos que somos os maiores e melhores. Essa é a diferença
Questionado sobre uma eventual abertura de capital da empresa, Hang despista. Diz que “pode ser que abra um dia”, mas reforça que por enquanto a Havan tem um único dono e que, apesar de ser uma empresa familiar, tem uma gestão profissionalizada – sete diretores ajudam a tocar o dia a dia nos negócios. O empresário também desconversa quando o assunto é sucessão.
– Só vou parar de trabalhar quando Jesus me chamar – brinca.
O empresário também não pensa, pelo menos por enquanto, em levar a Havan para fora do Brasil. Justifica dizendo que há espaço de sobra para crescer no país:
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– Ainda falta muita loja para botar no Brasil. Por que eu vou para outro país, com outra língua e outra cultura?