A empresária jaraguaense de 59 anos nunca imaginou que um dia seria vítima de um sequestro-relâmpago. Mas depois de passar cerca de três horas na mira de bandidos e ser trancada no porta-malas do próprio carro, ela só quer esquecer o queaconteceu na útima terça-feira. Um dia depois de virar refém de dois bandidos e ser abandonada em São Bento do Sul, ela já retomou a rotina e o trabalho na loja na Avenida Prefeito Waldemar Grubba.

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A Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Jaraguá do Sul abriu inquérito para apurar o fato. O delegado Eric Uratani diz que a suspeita é que os ladrões queriam sacar dinheiro da conta bancária da empresária, mas não conseguiram porque o carro ficou sem gasolina. Até a tarde desta quarta-feira, os suspeitos não haviam sido localizados.

Confira a entrevista que ela concedeu ao A Notícia na tarde de quarta-feira:

A Notícia – Como tudo começou?

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Era por volta de 10h30. Eu estava sozinha no andar de baixo da loja, com o neném de uma funcionária, e entraram dois rapazes. Um deles disse que queria ajuda com roupas, mas eu falei que não tinha nada comigo, que eu ia ver em casa e trazia amanhã. Aí foram beber água, depois um sentou no colchão, pegou a arma e disse que era um assalto. Depois de pegar o notebook, um celular, o dinheiro do caixa, eles pediram a chave do carro. Como o automóvel era automático, perguntaram como ligava e disseram: a senhora vai junto com a gente. Vamos embora.

AN – Para onde levaram a senhora?

Andamos pelo centro de Jaraguá e depois um deles perguntou como é que saía da cidade. Eles não conheciam Jaraguá e Corupá. Queriam me deixar na Serra de Corupá, mas acharam que tinha muitas casas por perto e entraram na rotatória que vai para o Seminário. Quando acabou o asfalto, eles pararam e me perguntaram se eu queria ser amarrada no mato ou ficar no porta-malas. Eu preferi o porta-malas, então tiraram minha pulseira e brincos e me trancaram lá dentro.

AN – Como a senhora foi encontrada?

Quando a gente estava em São Bento, eles pararam numa rua sem saída porque tinha acabado o combustível. Um deles disse para mim: a gente vai buscar drogas e a senhora fica quietinha e não se mexe, senão os drogados vêm aqui matar a senhora. Depois de uns cinco minutos, comecei a gritar por socorro e um senhor me socorreu. Era uma 14h15 quando a polícia me tirou do carro. Fizemos o boletim de ocorrência na delegacia, fui para o hospital e cheguei em Jaraguá mais ou menos 20h30 (de terça-feira).

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AN – Ameaçaram a senhora no caminho?

Eles disseram que era para eu responder só o que eles perguntassem porque não custava me dar um tiro.

AN – Como a senhora está agora?

Sinto dor nas pernas por causa da força que eu fiz no porta-malas e na mão, de tanto que eu bati para sair. Eu também ralei as costas por causa do carpê. Vim trabalhar porque tem mais gente comigo e não quero ficar em cada sozinha. Os primeiros dias são difíceis, mas aos poucos vou esquecer e tudo vai se normalizar.

AN – A senhora já tinha visto eles? Eles usaram capuz para esconder o rosto?

Não usaram capuz e eu nunca tinha visto eles.

O que passou pela cabeça durante o sequestro?

Eu pensei que ia morrer. Pedi para Deus me dar forças, porque eu estava com muito medo.

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