O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse acreditar que até o fim de março o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff já estará concluído na Câmara e afirmou que as pedaladas não foram a base para a aceitação do pedido de afastamento da petista.

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— Ignoramos 2014, não aceitamos a tese de que você retroaja no mandato anterior. O ato irregular foi cometido, os decretos — comentou Cunha, referindo-se a medidas adotadas pela presidente Dilma sem autorização do Congresso, descumprindo a lei orçamentária.

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Para Cunha, o governo está incomodado com o processo “tanto é que está tentando pagar as pedaladas”.

— Sabe que errou — observou o peemedebista, durante café da manhã com jornalistas em seu gabinete.

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O presidente da Câmara mencionou que o processo de impeachment deve recomeçar em fevereiro e que antes mesmo da publicação do acórdão (decisão), apresentará embargos de declaração para esclarecer dúvidas em relação ao rito do procedimento. Cunha argumentou haver jurisprudência suficiente para sustentar a apresentação de recursos antes da publicação do acórdão.

— Nós vamos embargar, apesar da ressalva feita pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, de que não há uma pacificação — destacou.

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Questionado se houve constrangimento pelo fato de Lewandowski ter aberto para jornalistas a audiência da semana passada, Cunha negou:

— Nenhum constrangimento, ele me consultou antes.

Cunha sublinhou que o governo pode até conseguir os votos necessários para barrar o impeachment na Câmara, mas afirmou que isso não significará o fim da crise.

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— Governabilidade com um terço é difícil — pontuou, ressaltando que, se a presidente conseguir se manter no cargo, ainda terá mais três anos para tentar recompor a governabilidade.

— Pode ter um terço (para barrar o impeachment), mas não significa que adquira governabilidade, vão ser três anos de governo capenga — afirmou.

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Para Cunha, o desgaste do governo, acentuado com o pedido de impeachment, terá consequências danosas nas eleições do ano que vem.

— O governo não terá discurso para enfrentar eleições municipais. Nas capitais, vejo total dificuldade — ressaltou.

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— Quem ficar atrelado ao governo pode perder as eleições — acrescentou.

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