No corredor de piso branco e cinza, duas mulheres seguram as tradicionais cucas. Vestidas com trajes típicos, ao fundo, um sol amarelado – característico dos dias de outono em Blumenau – completa a paisagem que poderia facilmente estar retratada em um quadro. Elas não estão prestes a subir em um palco, tampouco vão apresentar uma dança típica. As figuras germânicas femininas integram o projeto Festa de Rei na Escola, do Museu dos Clubes de Caça e Tiro de Blumenau, em parceria com a Associação do Clubes de Caça e Tiro da cidade.
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Na semana passada, na E.E.B. Dr. Max Tavares D´Amaral, na Itoupava Norte, as duas senhoras com um grupo de homens – também trajados – levaram aos 24 alunos da oitava série – primeira a receber o projeto em 2013, as tradições da festa deixada pelos colonizadores de Blumenau.
Mensalmente, a equipe, geralmente 10 pessoas, vão até as escolas públicas de Blumenau levar elementos dos festejos de uma tradicional Festa de Rei, com pássaro ao alvo, proclamação do rei e rainha, marcha, discurso e até os passos da dança típica.
No período de duas aulas, os integrantes do projeto transformam a tradição em conhecimento e cultura. Os alunos, no início tímidos e receosos, olham desconfiados a sala preparada especialmente para eles com cucas, sucos e painéis informativos. Depois, entram no local e cruzam os braços antes que Raquel comece a apresentar o projeto.
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Simpática e falante, ela assume o comando, apresenta o projeto e dá início a disputa do Tiro Pássaro ao Alvo (atividade cujo objetivo é marcar o maior número de pontos acertando no alvo um pássaro de madeira). É aí que os alunos começam a se soltar e a vivenciar a tradição.
Diversão e cultura
Divididos por gênero em duas filas, as meninas são as primeiras a participar da brincadeira. Com certa dificuldade em soltar o pássaro e acertar o meio do alvo, cada uma teve duas tentativas, o mesmo número de chances dos meninos. Ao fim da brincadeira, os adolescentes já estão mais descontraídos e após a contagem dos pontos, o Rei e a Rainha da festa escolar são finalmente conhecidos.
Pouco antes do projeto deixar a escola, os alunos retornam à sala de aula e degustam as cucas que as duas senhoras levavam no início da tarde. Sentados lado a lado e com as faixas reais, a rainha Elaine e o rei Matheus falaram sobre a experiência de vivenciar a tradicional festa e ainda de ser um dos principais destaques da atividade.
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– Foi fácil acertar o alvo e depois foi bem divertido se esconder dos outros – salienta o rei da festa escolar, enquanto a rainha, ainda tímida, apenas sorri e concorda com o resumo do rei.
Confira a opinião de educadores sobre a importância de projetos como este no Lazer da edição desta quarta-feira do Jornal de Santa Catarina.