Paulo Poeta é uma figura conhecidíssima na Grande Florianópolis e em boa parte do nosso imenso país. O cara já foi um dos grandes da comunicação em São Paulo, terra considerada das oportunidades, e é um grande gênio da escrita, dos trocadilhos e, é claro, da poesia. Paulo foi personagem de uma matéria que fiz sobre os seres humanos que vivem, ou melhor, que sobrevivem pelas calçadas das cidades.
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Lembro bem que o abordei numa madrugada gélida, debaixo de uma marquise, com seu litrinho de cana. Sentei no paralelepípedo para conversar e tentar entender como um homem tão culto havia ido parar na rua. Foi aí que o fiz lembrar de 30 anos atrás: em viagem de férias com a esposa, dirigia seu carro da capital paulista até Guaratinguetá quando uma carreta atravessou a avenida e, infelizmente, tirou a vida de sua companheira.
A partir daqui, penso eu, que não preciso mais narrar o mergulho que este jovem senhor deu em direção ao abismo. Mas se engana quem pensa que esse cara parou de lutar. Ele viveu por mais 30 anos com o que as ruas lhe proporcionaram, mas decidiu que era hora de dar uma pausa nos maus-tratos diários que seu organismo sofria com o vício do álcool, e decidiu recomeçar.
O apoio foi dado pelo mestre das causas sociais, Padre Vilson Groh, que o abrigou em sua casa e deu o ombro amigo que Paulo precisava. Ou seja, o fera atuante, líder nato, escritor de várias obras lançadas, agora está vivendo — e não mais sobrevivendo. Paulo meu bom, sou teu fã e aliado! Vida longa.
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Este poema, escrito em homenagem a esposa, nunca havia sido publicado. É um presente do Paulo Poeta aos leitores do Rolê:
Eu tive um Anjo
Que me chamava de amor
Eu tive um Anjo
Que nas horas tristes
Era alívio da minha dor
Eu tive um Anjo
Que também era chama
Quando em nossa cama
Um Dia
Deus o meu Anjo levou
Lágrimas muitas lágrimas
Este pobre mortal derramou
Mas Deus
Tem suas metas
Transformou-me
Em Poeta
E hoje sei
Que por meu Anjo
Não devo mais chorar
Porque um dia entre as estrelas
Vamos nos encontrar