Seis senadores assinaram nesta quarta-feira um recurso contra o arquivamento do pedido de cassação do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O pedido foi arquivado pelo presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), na terça-feira, mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão do senador por obstrução da Justiça, argumento do pedido de cassação.

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O recurso foi protocolado no início da noite no Conselho de Ética e, conforme prevê o regimento, foi assinado por mais de cinco senadores do conselho. Além de Telmário Mota (PDT-RR), autor do pedido de cassação, também assinaram o recurso os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), João Capiberibe (PSB-AP) e Regina Sousa (PT-PI).

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O recurso dos senadores terá de ser avaliado pelo plenário do Conselho de Ética, que possui 15 senadores titulares. Para ser aprovado, é necessária maioria simples. Apesar de seis senadores terem assinado o recurso, dois são suplentes no Conselho e podem não participar da votação.

Cassação

O pedido de cassação de Jucá foi feito pelo PDT e protocolado por Telmário após a divulgação de diálogos entre o senador e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que Jucá fala que é preciso “trocar o governo” para estancar a “sangria”, se referindo, supostamente à Operação Lava-Jato.

A situação é semelhante ao caso do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que foi preso e cassado acusado de tentar obstruir a Justiça após divulgação de uma conversa em que ele sugeria uma rota de fuga para o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso no âmbito da Lava-Jato.

— Entendo que as gravações de Jucá são muito mais fortes. Delcídio tentava obstruir a Justiça com um caso específico, Jucá fala de um pacto para parar a investigação. Não era um nome, ele queria parar a operação como um todo — argumenta Telmário.

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Ao pedir a prisão de Jucá, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também teria argumentado que o caso de Jucá é mais grave que o de Delcídio.

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