– Você se ajoelha no meio da prancha, sobe com os pés afastados e tenta ficar em pé. Aí rema assim, na esquerda. Depois assim, na direita. É fácil – gesticula o atendente do posto de stand up paddle da empresa Marejada.
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Na altura do número 1.642 da Avenida das Rendeiras, o ponto de aluguel dos equipamentos é uma barraca com cinco pranchas dispostas na margem da Lagoa da Conceição.
No teste feito pelo Diário Catarinense, terça-feira, a empresa foi reprovada na maioria dos oito itens apontados como necessários pela Capitania dos Portos, Corpo de Bombeiros e Confederação Brasileira de Stand Up Paddle (CBSup). O esporte está em ascensão no país e a procura deve ser ainda maior no verão de 2015. Além da Lagoa da Conceição, empresas também fornecem o serviço nas praias.
A reportagem do DC chegou próximo ao meio-dia de terça ao ponto da lagoa. Meia-hora de prática custaram R$ 20. O atendente oferece um colete mas não ajuda a colocá-lo. Tento ajustá-lo, mas ele não fecha porque uma das fivelas está quebrada. Fornece outro, que não se ajusta adequadamente.
Na parte interna, uma inscrição afirma que o colete não substitui os homologados pela Diretoria de Portos e Costas. Para quem é iniciante, equilibrar-se sobre a prancha não é fácil e a água da lagoa estava agitada. Foi uma sequência de tombos, ignorada pelo responsável do serviço.
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Ele não acompanhou nem observou a performance, tampouco corrigiu os erros de postura e manejo do remo. Ainda não existe norma de regulamentação para a prática do esporte, mas a Capitania dos Portos fiscaliza as empresas que locam os equipamentos.
A CBSup prepara um guia de segurança, normatização e iniciou o cadastramento das escolas do país. Segundo o órgão, há uma diferença entre apenas alugar os equipamentos e vender aulas, que necessitam de um educador físico.
Presidente da confederação, Ivan Tadeu dos Santos reforça a necessidade de procurar um serviço confiável e alerta para os cuidados no mar, onde a atenção deve ser redobrada. No dia 31 de dezembro, por exemplo, após o temporal da tarde dois praticantes do esporte foram puxados pela correnteza nas praias de Lagoinha e Canasvieiras.
Presidente do Conselho Regional de Educação Física de SC, Eloir Edilson Simm garante que o órgão iniciou uma fiscalização no início da temporada nos pontos de stand up e pretende retornar.
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O que diz a empresa
Ricardo Riffo, gerente administrativo da Marejada, reconhece que um profissional de educação física habilitado deve passar as instruções para o praticante e informa que contratou um nesta semana. Reclama da dificuldade de encontrar especialistas no esporte na região e diz que o foco da empresa é turismo de aventura e não somente stand up paddle. Disse que vai estar atento às recomendações dos especialistas, embora a inexistência de uma normativa sobre o esporte dificulte a orientação sobre o que é permitido.
– Quem tem de dar aula tem de ser credenciado e professor de educação física. Se eu não tenho um professor naquele momento, posso dar um complemente e uma pequena introdução. É importante ter uma normativa e que todos cumpram.