Os quatro pedidos de prisão temporária, dos quais três já cumpridos, foram solicitados após ser constatada a ausência dos equipamentos responsáveis pelo videomonitoramento do local da tragédia em Santa Maria. A afirmação do delegado Sandro Meinerz foi dada em coletiva realizada nesta manhã.
Continua depois da publicidade
Em depoimento, um dos sócios da boate, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, afirmou que o equipamento foi retirado há cerca de três meses para manutenção. De acordo com Meinerz, devido a quantidade de fuligem no local, somente a perícia poderá dizer há quanto tempo o material foi retirado do local.
Também foi requisitada à empresa responsável pela manutenção do equipamento informações relativas ao conserto. Outra frente da investigação está apurando a parte documental da boate, verificando a quem pertence o estabelecimento, coordenado por dois sócios, a empresa está registrada no nome de duas mulheres.
Outra averiguação que está sendo realizada é a da capacidade de lotação da casa, que segundo informações extraoficiais seria de 900 pessoas.
Continua depois da publicidade
Até esta manhã, haviam sido ouvidas 20 pessoas, entre sócios, funcionários e frequentadores, e uma das informações que chamou a atenção de Meinerz foi a de que a boate geralmente estava mais cheia do que neste final de semana. Além disso, foi confirmado que o local só possuía uma única porta de entrada e saída.
Investigação virtual
Durante a coletiva, o chefe estadual da Polícia Civil Ranolfo Vieira Júnior, afirmou que estão sendo empregadas três frentes de investigação. Na primeira, estão sendo levantadas provas documentais, como alvarás e registros dos proprietários formais da boate.
A segunda frente está nas mãos da perícia, que é realizada desde ontem no local, e a terceira é constituída de provas testemunhais. Uma das alternativas utilizadas para localizar testemunhas está sendo realizar um rastreamento em redes sociais, que possibilitará identificar algumas possíveis testemunhas.
Continua depois da publicidade
Em gráfico, entenda a sequência de eventos que originou o fogo

Veja também
Confira imagens do local onde aconteceu a tragédia
Veja como foi o velório das vítimas
Nove pontos que devem permear as investigações sobre incêndio
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
Continua depois da publicidade
Veja onde aconteceu

A boate
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes – além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.
Clique na imagem abaixo para ver a boate antes e depois do incêndio
A festa
Chamada de “Agromerados”, a festa voltada para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou às 23h de sábado. O evento era de acadêmicos dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Tecnologia de Alimentos, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia. Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15 e as atrações eram as bandas “Gurizadas Fandangueira”, “Pimenta e seus Comparsas”, além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.

Continua depois da publicidade