Em mais uma reunião no Palácio do Jaburu, o vice-presidente Michel Temer recebeu sindicalistas, nesta terça-feira, e ouviu pedidos para que direitos dos trabalhadores não sejam suprimidos caso assuma a Presidência da República. De forma conjunta, UGT, Força Sindical, CSB e Nova Central propuseram uma série de medidas para a retomada da atividade econômica, principalmente ações para aumentar impostos que incidem sobre os mais ricos.
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Na conversa, participantes relataram que Temer ouviu mais do que falou e foi cuidadoso com as palavras.
— Sempre coloca no condicional, se o destino assim quiser — disse o presidente da CSB, Antônio Neto.
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O presidente da Força Sindical, Paulinho da Força (SD-SP), ressaltou que Temer só vai falar de propostas concretas se assumir a presidência. Apesar das sugestões de elevação de tributos, Paulinho disse que o vice-presidente afirmou não ser preciso aumentar impostos neste momento.
Entre os pontos defendidos pelos sindicalistas, estão a taxação de grandes fortunas e de remessas de lucros ao exterior, além de impostos sobre bens de alto valor, como helicópteros e lanchas. Outra sugestão é um programa de renovação de frotas de automóveis.
Paulinho também levou a Temer o pedido de que haja um esforço para a aprovação da Medida Provisória que acelera acordos de leniência. Para ele, empresas envolvidas na Lava-Jato precisam funcionar, mesmo com seus gestores presos.
De acordo com Paulinho da Força, Temer reafirmou que o Brasil precisa de unidade e que qualquer medida enviada ao Congresso será debatida com a sociedade. Segundo ele, um dos objetivos do encontro foi apresentar as demandas do trabalhador, já que uma série de empresários e banqueiros tem se encontrado com o vice.
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Na reunião, informou Paulinho, Temer não falou em “sacrifícios” à população caso assuma o novo cargo. Também disse que não vai acabar com programas sociais, como o Bolsa Família.
Centrais mais ligadas ao Partido dos Trabalhadores, como a CUT e a CTB, não participaram do encontro. Para o presidente da CSB, Antônio Neto, a visita não foi uma declaração de apoio ao impeachment.
— Estamos a favor do Brasil, qualquer que seja o governo — disse.
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*Estadão Conteúdo