Está claro o forte simbolismo de ter sido escolhida a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) como vencedora do Nobel da Paz em 2013. A razão de existir da Opaq é eliminar os arsenais químicos e monitorar esse trabalho mundo afora, com o apoio de 189 Estados que firmaram a Convenção contra as Armas Químicas. Em suma, sua meta é o desarmamento e a paz.
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Neste momento, ela está empenhada em desarmar a Síria, país onde não está claro se o governo, os rebeldes ou os dois lados usam armas químicas em sua cruenta guerra civil. O que se sabe já com certeza é que armas químicas foram utilizadas no país árabe e já provocaram centenas de mortes – a previsão da Opaq é de que, caso o cronograma seja seguido, as armas químicas sírias sejam eliminadas em 2014.
Com sede em em Haia (Holanda), contando com 500 funcionários e trabalhando com orçamento de US$ 100 milhões anuais, a Opaq está encarregada de aplicar a convenção essa, assinada pelos 189 países. O documento entrou em vigor 16 anos atrás.
Curiosamente, seu dirigente atual é um turco, Ahmet Uzumcu – o primeiro dirigente do órgão havia sido o brasileiro José Maurício Bustani. A Turquia faz fronteira com a Síria.
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Uzumcu, aliás, já disse, nesta sexta-feira, que considera o prêmio encorajador para sua equipe.
Os únicos países fora da convenção são Sudão do Sul, Angola, Egito e Coreia do Norte. Israel e Mianmar assinaram a convenção em 1993, mas ainda não a ratificaram. A Síria, que vive o confronto com 110 mil mortos e 2 milhões de refugiados para fora do país (há ainda os deslocados internamente), prometeu assinar a convenção na próxima segunda-feira, em um possível gesto de distensão.
Importante: graças ao trabalho desse órgão, já foram destruídas 58.172 toneladas de agentes químicos, o correspondente a 81,71% do arsenal declarado do mundo. Já foram realizadas 5.286 inspeções.