Uma cerimônia marcada para a o final da manhã de sexta-feira vai limpar e recompor o que foi quebrado da estátua de Iemanjá, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. Para os seguidores do Ylê de Xangô, que registram Boletim de Ocorrência na DP, trata-se de um caso de preconceito e racismo e consequência de uma onda de ódio que assola o país.

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A imagem de 1,80 metro foi violada com tinta vermelha e quebrada em vários lugares. O fato aconteceu na noite de quarta-feira. Além disso, o carro de um dos filhos do templo teve o vido quebrado por uma pedra encontrada sobre o banco.

— Não é a primeira vez que fomos vítimas de intolerância, mas até então parecia mais coisa de brincadeira de mau gosto. Desta vez ficou claro que se tratou de uma pessoa adulta, pois atingiu o alto da estátua — explica Ivoni Aguiar Tacques, o Babá Tacques, como o sacerdote da religião de matriz africana é conhecido.

"A paz exige respeitar uns aos outros"

Tacques disse que a colocação da estátua, em 2013, foi legalmente autorizada de acordo com a Lei Municipal 9411. Para o restauro também foi pedida autorização à prefeitura.

— As pessoas podem ter fé diferente, mas para termos paz é preciso que se respeitem uns aos outros — diz Tacques ao lembrar que a Constituição Federal garante o direito à liberdade de credo e manifestações religiosas.

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A semana foi marcada com outro ato de intolerância. A Casa de Oxumaré, um dos terreiros mais tradicionais de Salvador, na Bahia, também sofreu depredações.

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