Apesar da garantia dada pelo secretário estadual de saúde João Paulo Kleinübing, em setembro, de que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Continente abriria em 2015, a população vai ter que continuar esperando pelo fim desta obra que parece não ter fim. Em 2016, o atraso na entrega completa cinco anos. Do marco zero da obra, lançada em 2010, ainda resta a placa, suja, e tomada pelo mato.

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A desculpa da vez é que com a mudança de gestão da prefeitura de Florianópolis para o governo estadual, a unidade vai passar a atender toda a região metropolitana, exigindo uma mudança de porte. No entanto, a assessoria de imprensa da secretaria de saúde não soube informar o tipo de UPA a ser erguido, somente que vai ser maior do que o previsto.

Foto Diórgenes Pandini / Agência RBS

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O projeto de arquitetura foi aprovado pela Vigilância Sanitária – que havia pedido alterações no projeto original – somente na última segunda-feira, dia 30. O custo inicial da obra, lá em 2010, era de R$ 3,5 milhões. Agora, a Secretaria de Estado Saúde diz que vai investir mais R$ 2 milhões nas adequações do prédio e R$ 1,2 milhão em equipamentos. O prazo, no entanto, não foi apresentado. Por meio da assessoria, o órgão informou que a abertura será no primeiro semestre de 2016.

O prédio no bairro Jardim Atlântico está praticamente pronto desde 2014 e já passou por reformas a alterações. Na manhã de terça, quando a reportagem esteve no local, somente um operário trabalhava, fazendo pequenas manutenções, como pintura em locais com infiltração. No subsolo funciona uma base do programa municipal Remédio em Casa, com entrada separada. Um vigilante fazia a segurança na porta principal e a reportagem não teve autorização da Secretaria Estadual de Saúde para entrar na unidade.

O morador do Jardim Atlântico Rui Brito, que vive em frente à UPA, se tornou uma espécie de fiscal da obra desde 2010 e já está cansado de tanta enrolação:

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– Antes era cheio de gente usando droga e roubando portas e outros materiais. Agora colocaram segurança, mas o mato tá tomando conta, e a sujeira é tanta que tá cheio de rato. Isso virou um depósito de nada – comenta.

Entenda a novela

– Anunciada em 2010 como promessa de melhoria na saúde da Capital e primeira UPA do tipo III do Estado, o prazo inicial de conclusão da unidade era o primeiro semestre de 2011. O mês de julho chegou, e nem mesmo as fundações haviam sido feitas. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde declarou ter encontrado alguns problemas no terreno e o projeto original precisou ser alterado.

– Em fevereiro de 2012 a situação continuava preocupante. Com a justificativa de que foi necessário obter autorização do Tribunal de Contas para mudar o projeto, o prazo foi novamente postergado, para junho do mesmo ano, o que não se concretizou.

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– Em agosto de 2014, as obras pararam novamente. O motivo alegado pela Secretaria de Saúde foi um atraso na liberação da prorrogação com a empresa que executava a obra. Na época, a Secretaria garantiu que a obra seria entregue dentro do prazo, em dezembro de 2014.

– No final de 2014, mais uma mudança. O Ministério da Saúde, que financiou parte da obra, entendeu que a Capital não comportava três unidades Tipo III (já existe uma no Norte e outra no Sul), e alterou o convênio e o projeto da UPA Continente para Porte I. Além disso, foi incluído no projeto um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) 24 horas no segundo andar e uma base do Programa Remédio em Casa no subsolo.

-Em maio de 2015, a prefeitura de Florianópolis anunciou que a unidade poderia abrir as portas em junho, porém precisaria de verba do Governo Estadual para manter o custo operacional, de aproximadamente R$ 1,7 milhão por mês, já que a unidade também iria atender pacientes de outras cidades da região metropolitana, principalmente São José.

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– Setembro de 2015, mais uma mudança. A gestão da UPA passou para a Secretaria Estadual de Saúde, englobando o novo modelo de atendimento da Grande Florianópolis anunciado pelo secretário João Paulo Kleinübing. O secretário não quis dar datas, mas garantiu que a unidade abriria ainda em 2015.

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