A sessão em que será eleita a nova mesa diretora da Câmara de Vereadores de Blumenau é marcada por ânimos exaltados. No início do encontro, um grupo de servidores públicos protestou contra o projeto aprovado pela Casa que retira o FGTS de servidores contratados de forma temporária.
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Durante os discursos dos legisladores, o vereador Ricardo Alba (PSL) foi à tribuna para criticar a decisão do governo de ter votado o projeto em sessão extraordinária, sem transmissão pela TV ou internet. No dia da sessão, feita na segunda-feira passada, Alba estava em Florianópolis, em um evento em que o governador eleito Carlos Moisés (PSL) anunciou nomes do secretariado.
— Foi votado às escondidas, sem transmissão, uma vergonha. Aproveitaram um período momentâneo de maioria, porque sabem que voto com os professores, fui 10 anos professor ACT, estudei a vida toda em escola pública, sou filho de professores — discursou.
Em seguida, o vereador criticou também a decisão do vereador Almir Vieira (PP), que na semana passada, quando era presidente em exercício da Câmara durante a ausência de Marcos da Rosa (DEM), que retornou na segunda-feira depois de 15 dias como prefeito interino, para convocar a eleição da mesa diretora.
— Foi a semana dos horrores, onde Almir Vieira aproveitou o segundinho que tinha para convocar a eleição da mesa diretora. Quem tem que tomar pau dos servidores é o prefeito Mário Hildebrandt, que mandou para esta casa de forma escondida uma pauta que não constava na sessão extraordinária, que foi convocada para um fim específico – criticou.
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Embora fizesse críticas a membros do PT, o discurso de Alba, em favor da manutenção do FGTS aos temporários, arrancou aplausos até de parte dos servidores que acompanhavam a sessão, tradicionalmente mais alinhados à esquerda.
Durante a fala de Alba, Vieira pediu um aparte para falar sobre o assunto, mas teve o pedido negado por Alba. Ao fim do discurso, Vieira disse que falaria sobre o tema no seu tempo e que esperava que Alba "fosse homem para ouvir o que ele pretendia falar". a sessão chegou a ser suspensa, mas foi retomada em seguida.
Quando ocupou a tribuna, Vieira não falou sobre a eleição convocada semana passada e evitou críticas diretas a Alba, mas defendeu o vereador Adriano Pereira (PT), que foi criticado por Alba pelo gasto do gabinete de R$ 2 mil alegado pelo vereador do PSL em fotocópias. Vieira disse que viagens como a que ele próprio fez a Brasília são importantes para a busca por recursos. Durante um aparte, o vereador Caminha (PSD) desafiou Alba a mostrar os projetos que ele aprovou como vereador e cobrou que ele faça o mesmo agora como deputado estadual eleito. Acusou Alba de ter cargos na prefeitura e na Câmara e disse que estaria "de olho" na atuação dele como deputado.
Ao fim dos discursos, Alba se manifestou novamente dizendo que haveria "dor de cotovelo" por causa da ampla votação recebida por ele e que sempre votou de forma independente por não possuir cargos.
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