Este ano, o cenário econômico é marcado por diversas pautas que requerem atenção constante das empresas brasileiras. Entre elas, destacam-se a reforma tributária, as mudanças nas taxas de juros, um mercado de trabalho resiliente que apresenta crescimento e geração de emprego, entre outros.

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Paralelamente, os empreendedores estão focados em promover uma cultura de inovação, adaptar suas estratégias de mercado, buscar maior eficiência operacional e aumentar a receita. Porém, para prever os melhores e os piores cenários, é essencial que uma gestão de riscos esteja incorporada na rotina das empresas, e não apenas para a mitigação de problemas existentes. É importante ressaltar que aqueles que pensam à frente têm a oportunidade de ganhar uma maior fatia do mercado.

No entanto, além dos riscos mais tradicionais, que precisam ser monitorados, as empresas também devem se posicionar de forma mais evidente sobre questões socioambientais, que devem ser incluídas em uma estratégia de gestão de riscos, segundo especialistas. Somente assim, é possível trabalhar de forma coerente com suas missões e visões, com uma comunicação clara que abrace as novas prioridades de um consumidor mais atento a temas como estes.

Gestão de riscos eficiente requer monitoramento constante

Marcus Nakagawa, professor da ESPM e coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental, considera que vários fatores devem ser monitorados por uma gestão de riscos eficiente para as empresas.

— Principalmente, quando você levanta aquelas hipóteses da sua gestão que pode estar deficiente, tem vários tópicos como a gestão de recursos humanos, a questão de reputação de imagem, a questão do ESG e a questão da qualidade do produto. Por isso, é necessário sempre um diagnóstico dos vários pontos ligados à gestão para que a empresa possa preparar a sua gestão de risco.

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Os riscos envolvidos nas operações de uma empresa podem ser relacionados a problemas internos, ou micro, como dificuldade de retenção de funcionários, eficiência aquém do esperado, ou até externos, como fatores macroeconômicos, incluindo períodos de recessão, aumentos de impostos, entre outros.

Algo que não pode faltar para uma gestão de riscos eficiente, segundo o especialista, é a análise concorrencial. Monitorar e analisar outros players do setor é essencial para estar preparado para movimentos de mercado e antecipar jogadas, para que a gestão esteja atualizada sobre o macroambiente, principalmente em seu segmento.

— Por exemplo, se a empresa é do setor médico, ela tem que estar atenta às questões políticas existentes dentro da organização, dentro do mercado, para saber todas as legislações que estão sendo debatidas, as mudanças do macroambiente legal, as mudanças no próprio planeta, no mercado exterior, no mercado como um todo — completa.

Atenção às mudanças no comportamento e prioridades do consumidor

Uma mudança no comportamento do consumidor requer um olhar diferenciado por parte das empresas. Levantamento realizado pela OLX divulgado pelo Broadcast neste ano aponta que 88% dos entrevistados priorizam marcas sustentáveis para consumir. Além disso, 49% já deixaram de comprar um produto por entender que a marca não apoia a sustentabilidade.

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Nakagawa concorda que o mercado consumidor, cada vez mais, leva em consideração os fatores socioambientais para fazer as suas escolhas de produtos e serviços.

O especialista reforça que são diversas as pesquisas nacionais e internacionais que mostram que os consumidores, principalmente os de gerações mais novas, preferem comprar produtos que tenham atributos ambientais e sociais e dão um passo a mais: cancelam ou param de comprar de empresas que possuem reputação negativa ou que causem impactos no planeta e nas pessoas.

— As empresas precisam cuidar não somente da sua imagem e reputação, mas do que tem por trás. Desde a sua gestão nas questões de qualidade do produto, do serviço, e também nas questões ambientais, de impacto ambiental negativo e positivo e do impacto social, também super necessário. Além de uma boa governança de gestão, para que tudo isso funcione muito bem.

O especialista considera fundamental que as empresas tenham um mapeamento dos impactos socioambientais, incluindo problemas que podem ocorrer com funcionários, com terceirizados, com a comunidade ao entorno e todos os públicos de relacionamentos externos.

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Para essas mudanças, o ritmo deve ser acelerado, pois a gestão de risco que considere as ameaças socioambientais é urgente – questão que ficou evidente com as últimas crises que ocorreram, acirradas por mudanças climáticas, como o desastre com as fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul e afetaram a rotina de empresas e a economia da região.

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