Depois de 24 anos sem comemorar a conquista de uma Copa do Mundo, milhares de italianos saíram as ruas nesta segunda para recepcionar a seleção do país, campeã do Mundial da Alemanha. O avião com a delegação desembarcou na base militar de Pratica di Mare, próxima a Roma, por volta das 18h30min (13h30min de Brasília), com cinco silhuetas de jogadores pintadas na fuselagem.

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Lembrando a cena promovida pelo atacante brasileiro Romário em 1994, o piloto acenou com uma bandeira da Itália da janela da cabine do avião pouco depois de aterrisar. Na saída da aeronave, o zagueiro e capitão Fabio Cannavaro ergueu a Taça da Fifa, para a alegria dos fãs que aguardavam os campeões. Ele estava ao lado do treinador Marcello Lippi e do vice-presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete.

O goleiro Gianluigi Buffon, com óculos escuros e a medalha de ouro pendurada no peito, desceu em seguida, acompanhado pelo volante Gennnaro Gattuso, que assim como outros atletas chegou ao país com a cabeça raspada. A atitude lembrou a cena após o apito final do confronto com os franceses, quando Mauro Camoranesi deixou os companheiros cortarem o seu rabo-de-cavalo ainda no gramado para pagar a promessa pela conquista do Mundial.

Durante as celebrações, a patrulha aérea das Forças Armadas italianas, “As Flechas Tricolores”, executaram acrobacias inéditas para receber a seleção nacional de futebol. Os caças “pintaram” o céu com as cores da bandeira italiana – verde, branco e vermelho.

– Vencer a Copa do Mundo é algo que pode acontecer uma vez só na vida – afirmou o torcedor Manuel De Paolis, de 19 anos. – Faria de tudo para não perder isso, eu tinha que vir. A vitória sobre a França foi fantástica. Teve um gosto de vingança depois que eles nos venceram em 1998 – disse De Paolis. – Viemos porque para nós essa é a primeira vitória na Copa. Não estávamos aqui em 1982, pra mim é uma emoção inédita – acrescentou Federica Cotticelli, também de 19 anos.

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Após a festa no aeroporto, os jogadores seguiram para Roma, onde foram recebidos pelo presidente Giorgio Napolitano e pelo primeiro ministro Romano Prodi. No encontro, Napolitano concedeu aos atletas, à comissão técnica e aos dirigentes da Federação Italiana a Ordem do Mérito da República, uma condecoração em reconhecimento aos valores esportivos e do espírito nacional.

Encerrado o encontro com as autoridades, o técnico Marcello Lippi e seus jogadores desfilaram pelo centro de Roma em um ônibus aberto até o Circus Maximus, onde cerca de 600 mil pessoas os aguardavam. Num forte coro, os torcedores gritaram “os gladiadores chegaram”. Logo depois, jogadores e torcida cantaram juntos a música We Are The Champions (“Nós Somos os Campeões”), da banda Queen, enquanto Cannavaro erguia novamente a Taça Fifa.

– Estamos no sétimo céu – comentou Lippi.

Mas o momento mais emocionante veio quase no final da cerimônia, quando, por volta das 23h locais, Cannavaro, com o microfone na mão, entoou “Gianluca Pessotto, Gianluca Pessotto”, em lembrança ao ex-companheiro da Juventus, que luta contra a morte após ter caído de uma altura de cerca de 15 metros no prédio onde fica a sede da equipe de Turim. Especula-se que ele tenha tentado o suicídio.

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