Na manhã desta quinta-feira (4), Itapema foi palco de mais uma barbárie envolvendo marginais disfarçados de torcedores de futebol. Tudo por conta de um cruzamento na altura do quilômetro 148 da BR-101, quando as torcidas organizadas retornavam para suas casas: torcedores do Santos, que seguiam de Caxias do Sul para a Baixada Santista, e os do Internacional, que voltavam de São Paulo para Porto Alegre.
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Em qualquer cenário minimamente razoável, esse encontro deveria ser apenas isso: uma coincidência, um cruzamento de rotas. Deveria — mas não é assim no mundo em que essas pessoas vivem. Elas já saem de casa com a violência programada. Não posso afirmar com certeza, mas é difícil não acreditar que este episódio foi premeditado.
Aliás, mais um. E é muito fácil entender por que aconteceu de novo: os confrontos são antigos, repetitivos e, muitas vezes, protagonizados pelas mesmas pessoas. Gente que já deveria estar afastada do convívio social, mas que segue livre para repetir as cenas deploráveis às quais, infelizmente, o país já se acostumou. Aconteceu ontem, aconteceu hoje e, sem nenhuma sombra de dúvida, vai acontecer novamente, em outro lugar ou no mesmo.
A polícia, quando acionada, costuma cumprir seu papel. O problema está na velha Justiça — velha no sentido literal. Leis ultrapassadas, brandas e insuficientes diante dos tempos em que vivemos.
Não é preciso muito esforço para encontrar brechas nos parágrafos antiquados do Código Penal. Não bastam ações educativas, monitoramentos, reforços na segurança, nem este meu desabafo, nem o seu. É preciso cobrar, com urgência, uma revisão profunda das nossas leis, que já não protegem mais ninguém.
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