A temporada de 2025 ainda não chegou na metade, mas já é um ano especial e com muitas emoções para Alejo Muniz. O surfista de Bombinhas era figurinha carimbada no circuito mundial da WSL: foram seis temporadas consecutivas na elite, de 2011 a 2016. Depois disso, veio o maior hiato da carreira de um surfista no tour: oito anos afastado da elite.

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Durante esse período, Alejo conviveu com várias lesões e precisou operar os dois joelhos. Em algumas temporadas chegou perto de se classificar novamente para o CT, mas sempre parava nos detalhes. Até que, no fim de 2024, veio o alívio: o tão sonhado retorno se concretizou.

— A sensação foi de sonho realizado, parecia que eu estava me classificando pela primeira vez. Era uma coisa que eu queria muito pra mim mesmo, pra eu provar que, depois das lesões e dos momentos difíceis, eu conseguiria chegar lá — conta o surfista em entrevista para o NSC Total.

Alejo voltou oficialmente ao circuito no começo deste ano. A temporada, porém, começou com dificuldades. Seus melhores resultados foram um nono lugar em El Salvador e um terceiro na Gold Coast, na Austrália. 

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A irregularidade fez com que ele chegasse à última etapa antes do corte, em Margaret River, também na Austrália, precisando, no mínimo, alcançar as quartas de final para continuar na elite. Mas a campanha foi encerrada precocemente: Alejo foi eliminado ainda no segundo round, na repescagem.

— Quando eu perdi, saí da água triste, porque sabia que provavelmente não ia mais continuar no circuito. Lutei oito anos pra voltar— relembra.

Foi nesse momento que Alejo encontrou Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial de surfe, em 2015, e atual técnico do catarinense.

— Ele me deu um abração e falou: ‘Cara, tu ainda está dentro. Vamos botar energia lá pra cima, vai dar certo. Aquilo mudou meu olhar sobre o momento — relembra o catarinense.

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Alejo Muniz com a permanência no limite

A última esperança era uma combinação difícil de resultados. E foi o que aconteceu, os atletas que poderiam tirar a vaga do Alejo acabaram perdendo na sequência, sobrando apenas o havaiano Imaikalani deVault, o único com chance de tirar o catarinense do circuito em caso de título.

O havaiano avançou até as quartas de final, mas o campeonato entrou em espera por cinco dias por falta de ondas. O período foi de tensão para Alejo, que resolveu sair de Margaret River. O surfista cruzou a Austrália e voltou para a Gold Coast para surfar e tentar se desligar do campeonato.

— Nesse dia, quando o cara perdeu, eu estava em Snapper Rocks com o Kelly Slater na água, um dos meus ídolos. Nós conversamos e, quando saí da água, vi ligações da minha esposa e de vários amigos. Aí eu pensei: acho que deu certo — conta Alejo Muniz.

DeVault foi eliminado nas quartas, que foi o suficiente para Alejo garantir sua permanência na elite da WSL. Com 14.725 pontos, ele ficou apenas 275 pontos à frente do primeiro fora da zona de classificação: o sul-africano Matthew McGillivray.

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Agora, Alejo se prepara com mais tranquilidade para o restante da temporada. Ainda restam quatro etapas e o Finals da WSL, que reúne apenas os cinco melhores do ranking em Fiji. Apesar de reconhecer que é difícil chegar na decisão deste ano, o catarinense já mira um 2026 mais forte.

— Acho muito difícil eu chegar no Finals. O que eu preciso agora é pensar em mim, no meu equipamento, e me preparar para o ano que vem. Esse resto de temporada serve pra isso — avalia Alejo Muniz.

A próxima etapa acontece já no dia 9 de junho, em Lower Trestles, na Califórnia, nos Estados Unidos. Em seguida, o circuito segue para Saquarema (RJ), África do Sul, Taiti e, por fim, Fiji.

— Acho que no ano que vem vou estar muito mais preparado nos equipamentos, no físico e, principalmente, no mental. Esse ano foi forte para mim, porque eu consegui passar por momentos super difíceis que me deixaram mais forte — complementa o surfista catarinense Alejo Muniz.

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