É só o calor chegar e as chuvas cairem que eles começam a incomodar. Moradores da área rural de Joinville estão com os corpos marcados pelos borrachudos, que nos últimos três meses têm se intensificado e atrapalhado o dia a dia nas lavouras e residências.

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Agricultores do bairro Vila Nova reclamam que os biolarvicidas aplicados pela Fundação Municipal 25 de Julho em 3 mil pontos de focos de mosquitos (Pirabeiraba, Vila Nova, nascente do rio Quiriri, parte do Morro do Meio e em um trecho do rio Cubatão) não têm sido suficientes para amenizar o desconforto causado pelas picadas.

– Quando a gente vê, tem uma nuvem de borrachudos ao redor. Está insuportável -, relata a costureira Sônia Borba Coelho, 37 anos.

Ela conta que passar as tardes em frente à máquina de costura tem sido uma tortura.

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– Quando eu me dou conta, tem dez borrachudos no meu pé. É uma picada dolorida, incomoda demais -, explica e mostra os pés cobertos de picadas.

De acordo com a costureira, somente no início deste ano é que as aplicações de inseticidas voltaram a ser feitas.

– Desde agosto deixaram a gente aqui, sem fazer nada. As aplicações voltaram, mas quem disse que deram conta? -, indaga.

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Sofrimento maior é da dona de casa Anita Zoller, 82 anos, que passa os dias em casa e não consegue vencer os mosquitos, nem mesmo com o uso de repelente.

– A gente fica parado por um minuto e quando vê tem uma nuvem de mosquitos nas pernas -, relata.

O presidente da Fundação Municipal 25 de Julho, Rivelino Simas, disse que as aplicações dos biolarvicidas estão sendo feitas e os moradores foram orientados a usar repelentes.

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– Foram repassadas também orientações para que não seja jogado lixo e nem fossem feitas queimadas perto do rio -, diz.

De acordo com Rivelino, a previsão é de que não chova tanto nos próximos meses e que, depois desse período, o problema do excesso de borrachudos seja controlado.

– Janeiro a março sempre foram os mais complicados devido às chuvas. As quedas de barreiras também foram prejudiciais -, conta.

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Chuvas dificultam combate

Segundo o presidente da Fundação 25 de Julho, Rivelino Simas, o clima aumentou a incidência de mosquitos, principalmente pelo período longo de chuva. A aplicação dos biolarvicidas é feita a cada 15 dias, mas, quando os rios enchem, o inseticida perde o efeito.

– Quando a chuva é mais fraca, o inseticida ainda consegue agir com efeito 20% menor. Se a chuva for mais forte, o inseticida não funciona -, explica.

A tendência é que o número de borrachudos diminua aos poucos e, em dois meses, esteja sob controle.

– A geração de borrachudos existentes é justamente resultado das chuvas, que prejudicaram a ação do inseticida. Como o veneno só atua sobre as larvas, não há nada o que fazer com os insetos adultos -, constata Simas.

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