O número de cafeterias nas principais cidades de Santa Catarina está aumentando cada vez mais. A renda per capta catarinense, acima da média nacional, e o padrão de exigência são os dois principais motivos. Por causa da colonização e do frio, a preferência são cafés europeus.

Continua depois da publicidade

O presidente da regional estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel) declarou que o mercado aumentou, mas os clientes têm ficado mais exigentes. Eles não aceitam mais o chamado “pingado”. Os comerciantes tiveram de se especializar e agora todos trabalham com café gourmet.

O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Natan Herszkowicz, explicou que a variação apareceu no final da década de 1990, quando produtores do Sul de Minas Gerais selecionaram grãos de melhor qualidade. O movimento foi seguido pelos concorrentes e desde 2004 existe um selo para regular este setor. A afirmação ocorreu quando as grandes redes de supermercados passaram a oferecem pacotes de café gourmet e hoje existem 110 marcas com o selo.

Nos primeiros anos da décadas surgiram em São Paulo os primeiros estabelecimentos a oferecer a variedade, que logo se tornou um segmento. De acordo com a Abic há três mil estabelecimentos no país. O café gourmet apareceu em Santa Catarina em 2005, na mesma onda do Rio Grande do Sul. Muitas lojas abriram desde então, mas nem todas permaneceram no mercado. Membro da Associação Brasileira de Café e Barista, Ana Paula Pamplona Cabral, falou que nem sempre os comerciantes conseguem oferecer o que o público procura.

Continua depois da publicidade

A resolução do Ministério da Agricultura que fixou 1% o máximo de impurezas e 5% o limite de umidade vai ajudar as cafeterias, afirmou o pesquisador da Embrapa Café Carlos Henrique Siqueira de Carvalho. Ele tem certeza que os consumidores vão conseguir perceber a diferença nos produtos e se tornaram mais exigentes. Os estabelecimentos serão obrigados a melhorar a qualidade.

O pesquisador afirmou que a medida do Ministério da Agricultura ajudará a diminuir a distância entre o produto exportado, de maior qualidade, e o vendido no mercado nacional que tem fama de ter má qualidade. Carlos Henrique revelou que produtores e donos de cafeterias estão fazendo um trabalho para repetir o que ocorreu com o vinho.

Ao falar com um barista é possível identificar a linguagem que lembra um sommelier, especialista em vinho. O profissional do café também fala em como clima, maneira de secamento, radiação solar, duração do dia, adubo usado, altitude e temperatura podem influenciar no sabor do grão. Ele explicou que o primeiro movimento é formar pessoas que consigam entender e apreciar as variedades oferecidas no mercado. Em seguida, ampliar o público e os rendimentos.

Continua depois da publicidade