Um goleiro que não perdeu uma partida desde que virou titular e um atacante que divide a artilharia da competição com 10 gols. Zé Carlos e Marcos Paulo são dois ingredientes que ajudam a explicar a campanha invicta do Concórdia no returno da Série B do Campeonato Catarinense, carimbando o passaporte para a semifinal. Mas muito deste mérito está fora das quatro linhas. À beira do gramado, Mauro Ovelha, veterano do futebol de SC, é quem dá as cartas e as coordenadas ao Galo do Oeste, equipe que conta com o favoritismo para chegar à elite do Estadual – rótulo que o comandante repelte com veemência.

Continua depois da publicidade

Desde que Ovelha assumiu o time foram nove vitórias, quatro empates e só um revés. O Concórdia deixou a lanterna da competição para assumir a liderança na classificação geral. Nas 12 partidas consecutivas de invencibilidade, balançou as redes em 29 ocasiões. Embora o número contraste com a fama de retranqueiro do técnico, ele não deixa de creditar o sucesso à defesa do Galo.

A gente mudou aqui, e passou a ter muito mais segurança defensiva. Acaba que isso te dá mais equilíbrio em relação ao jogo. Assim, o pessoal da frente começou a ter bom desempenho. Esse equilíbrio para você jogar bem de maneira defensiva permite você atacar sem sofrer tanto atrás justifica Ovelha, quando questionado sobre o porquê de o time fazer tantos gols.

Campeão do Catarinense com a Chapecoense em 2011, ele soma mais de uma dezena de passagens pelos clubes do Estado. Além do Verdão, os maiores na lista são Joinville e Avaí, que foi o último, em 2012. O sucesso recente no Concórdia deixa Ovelha confiante de que é possível retornar ao patamar das grandes equipes, embora a permanência para comandar o clube na elite do Catarinense se a vaga de acesso for conquistada não esteja fora dos planos.

Continua depois da publicidade

— Muita gente acha que tenho 50 anos de treinador, mas são só 14. Cinquenta anos eu tenho de idade. Tem muita coisa para acontecer na minha carreira. Estou na luta. Assim como todos estão, eu também estou. Aconteceram muitas coisas boas na minha carreira, mas também tivemos problemas, o que faz parte. Estou na luta para tentar voltar às coisas boas — diz.

O próximo compromisso do Concórdia na Série B do Catarinense é no sábado, às 15h, contra o Juventus, em Jaraguá do Sul. Mesmo com o time classificado para as semifinais, não terá jogador poupado. Muito pelo contrário, garante ele.

— Eu não poupo ninguém. Jogador tem que jogar. Vamos ficar pagando o jogador para ficar na zueira? Aí não adianta. Tem que colocar para jogar. Até porque, em uma eventual final, a vantagem está no lado do time que tiver somado mais pontos — decreta.

Continua depois da publicidade

Confira a entervista completa com o Mauro Ovelha

A que fator você credita essa ótima campanha no momento?

Quando cheguei, na quarta rodada, a gente fez algumas coisas. Deu uma encorpada no elenco, que era necessária. Depois disso, o grupo encaixou e a gente conseguiu uma boa sequência. Trouxemos jogadores com o perfil voltado para a Segunda Divisão.

Pela fase invicta, dá para dizer que o Concórdia é favorito ao acesso?

Eu acho que não existe isso. Não vejo a gente como favorito, muito pelo contrário. Há uma igualdade muito grande entre as equipes que estão ali em cima. Se olhar a pontuação, é um ou dois pontos de diferença. Eles passaram a competição toda na nossa frente. Não existe favoritismo. A gente vai ter dois jogos para buscar o acesso.

O Concórdia está classificado. Pretende poupar atletas na última rodada do returno?

Eu não poupo ninguém. Jogador tem que jogar. Vamos ficar pagando o jogador para ficar na zueira? Aí não adianta. Tem que colocar para jogar; Até porque, em uma eventual final, a vantagem está no lado do time que tiver somado mais pontos.

Continua depois da publicidade

Foram 29 gols em 12 jogos. A que credita isso?

A gente mudou aqui, e passou a ter muito mais segurança defensiva. A acaba que isso te dá mais equilíbrio em relação ao jogo de futebol. Assim, o pessoal da frente começou a ter bom desempenho. Esse equilíbrio para você jogar bem de maneira defensiva permite você atacar sem sofrer tanto atrás.

Ainda pensa em voltar a um grande clube do cenário estadual e nacional?

Com certeza! Muita gente acha que tenho 50 anos de treinador, mas são só 15. Cinquenta anos eu tenho de idade. Tem muita coisa para acontecer na minha carreira. Estou na luta. Assim como todos estão, eu também estou. Aconteceram muitas coisas boas na minha carreira, mas também tivemos problemas, o que faz parte. Estou na luta para tentar voltar às coisas boas.

Se o Concórdia subir, pensa em renovar?

Vamos esperar terminar a competição e aí vamos ver. Tem possibilidade. Vamos ter que sentar e conversar para ver o que cada um pensa. Mas primeiro temos que conseguir o acesso, o que ainda não atingimos. Isso fica para depois.

Continua depois da publicidade

Destaques do NSC Total