Garotada que veste a camisa com fervor e resolve. A vitória do Figueirense sobre o Avaí no clássico de Florianópolis pelo Campeonato Catarinense 2019 teve DNA alvinegro. Os jogadores formados no clube estiveram nos momentos capitais da partida. Entre eles o gol do 1 a 0. O meia Patrick foi o autor do chute que desviou pelo caminho, traiu o estreante Gledson e serviu para fazer vibrar a maioria dos 12.542 torcedores que estiveram no Orlando Scarpelli na tarde deste domingo.
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Mandante do campo e da bola, o Figueirense ficou mais com a redonda no pé ao longo do primeiro tempo e incomodou com o jovem Matheus Lucas, que subiu ao time principal nesta temporada. Mas produziu pouca situação para gol. Ao Avaí bastou o contragolpe e esteve levemente mais próximo da abertura do placar na etapa inicial. Tanto que a melhor chance do primeiro tempo foi do Leão, que só não terminou na rede graças a travada de Kauê, volante da casa colocado como lateral-direito. No segundo tempo, apareceu Patrick e o chute desviado que foi suficiente para fazer com que o Alvinegro voltasse a vencer o arquirrival no Scarpelli – a última vez foi no Estadual de 2016.
Na próxima rodada, a quinta do Catarinense 2019, o Figueirense defende os 100% de aproveitamento novamente no Orlando Scarpelli. Às 19h de quarta-feira vai receber o Metropolitano. O Avaí joga no mesmo dia, mas às 21h. O Leão viaja a Itajaí para encarar o Marcílio Dias no Doutor Hercílio Luz.
O jogo
Jogo de iguais, disputado como é presumível um clássico. O Figueirense tinha mais a bola, rodava-a e conseguia causar algum desconforto na defensiva rival, puxado por Matheus Lucas. O jovem de 20 anos deu calor na dupla de zaga que soma 71, com Betão e Marquinhos Silva. A retaguarda azurra transpareceu desentrosamento no começo da partida. Talvez pela presença de um novo integrante. O estreante goleiro Gledson chegou na sexta-feira, treinou duas vezes e começou como titular. Mas o Avaí não chegou a passar sufoco e procurava chegar perto da baliza adversária no contragolpe, única alternativa concedida pelos alvinegros. Aos 9, Daniel Amorim recebeu enfiada, apareceu na cara de Denis e carimbou o goleiro. Seria uma grande chance não fossem os poucos centímetros que configuraram o impedimento acertadamente marcado.
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A saída do Figueira foi acionar mais Matheus Lucas. O centroavante de 1,83m usava da força física para carregar a bola e se aproximar da trave. Foi assim que aos 28 apareceu dentro da área e mandou cruzado, meio sem ângulo, rente ao ferro e fora. Na velocidade, aos 33, o Avaí chegou efetivamente, aproveitando o espaço que encontrou no lado esquerdo. Igor Fernandes botou João Paulo para ir no fundo e centrar a redonda. Houve desvio no caminho, e Denis apareceu para segurar firme e evitar. Aos 36, e de novo pela esquerda, João Paulo ciscou na frente de Zé Antônio e entrou na área alvinegra. O volante chegou a esticar a perna e o jogador do Leão foi ao chão. Em cima do lance, Rodrigo D’Alonso Ferreira mandou o jogo seguir – corretamente.
A melhor chance do primeiro tempo só apareceu aos 43 minutos, e foi do Avaí. Desta vez pelo lado direito, com Alex Silva disparou até botar na altura da risca da pequena área para Daniel Amorim. Ele finalizaria de frente com o goleiro do Figueira não fosse a aparição de Kauê para travar com o centroavante, por baixo, e espantar o perigo. Do intervalo as duas equipes voltaram sem alterações, seja na escalação ou nas propostas de jogo. A criação era baixa. Então veio a primeira mudança. O Figueirense passou a contar com Matheuzinho, para renovar o fôlego ofensivo. Deu certo, embora com a participação de outra cria da base do clube.
Aos 21, minuto e idade do jogador, Patrick arrancou com a bola dominada pelo miolo de campo, chegou na frente da grande área e bateu. A redonda desviou nas pernas do ex-Figueira Marquinhos Silva, que tentou desviar, e fez com Gledson apenas observasse a rede balançar. Festa de grande parte da torcida no Orlando Scarpelli (ouça a narração do gol a seguir). A esta altura, o Avaí passou a contar com Luan Pereira em campo, que assumiu o posto do então pouco produtivo Jones Carioca, e com Matheus Barbosa fora das quatro linhas. O volante foi expulso pelo segundo cartão amarelo, aos 27 minutos. Neste momento, o desenho da partida se inverteu. Já com Guilherme na vaga de Alípio, o Figueirense entregou a posse para o Leão e se recolheu ao contragolpe.
Ao Leão restou ir para cima, para não deixar sua invencibilidade e o rival na classificação escaparem. Por isso, Geninho ousou com Julinho na vaga de Igor Fernandes na lateral esquerda e com a entrada do atacante Caio, da base do clube e no posto de Daniel Amorim, para tentar levar sufoco nos instantes finais. Causou algum apavoro em uma arrancada pela lateral direita, mas não foi além disso. Em um jogo em que um gol seria o suficiente, o Figueira foi beneficiado por ter feito primeiro e teve os 100% de aproveitamento assegurado diante do arquirrival.
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FICHA TÉCNICA – Figueirense 1 x 0 Avaí
FIGUEIRENSE
Denis; Kauê, Alemão, Pereira e Matheus Destro; Zé Antônio, Betinho (Júlio Rusch) e Patrick; Alípio (Guilherme), Matheus Lucas e Yuri (Natheuzinho). Técnico: Hemerson Maria.
AVAÍ
Gledon; Alex Silva, Betão, Marquinhos Silva e Igor Fernandes (Julinho); Matheus Barbosa, Pedro Castro e João Paulo; Jones Carioca (Luan Pereira), Daniel Amorim (Caio) e Getúlio. Técnico: Geninho.
GOL: Patrick, aos 21 do segundo tempo (F).
CARTÕES AMARELOS: Alemão, betinho e Zé Antônio (F). Betão, Matheus Barbosa e Pedro Castro (A).
EXPULSÃO: Matheus Barbosa (A).
ARBITRAGEM: Rodrigo D’Alonso Ferreira, auxiliado por Helton Nunes e Johnny Barros de Oliveira.
BORDERÔ: 12.542 torcedores, para a renda de R$ 332.129,00
LOCAL: Orlando Scarpelli, em Florianópolis.