Com a bola rolando nos gramados do Catar, a Copa do Mundo colabora para que torcidas rompam as linhas das fronteiras. Em Joinville, imigrantes e descendentes de outros povos que moram na cidade se reúnem para assistir às partidas em casa, bares e restaurantes.
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Exemplo disso é o Ndiaw Mbengue. Nascido em Thiès, no Senegal, ele está morando em Joinville desde 2015. O vendedor imigrou para a cidade por conta do trabalho, já que soube que a região era positiva para o setor de vendas.
Durante a Copa do Mundo, ele deve acompanhar os jogos em casa e, quando possível, com amigos senegaleses — que considera irmãos. Mesmo distante do país africano, o rapaz explica que nunca esquece a cultura, religião e família de lá.
— Nós amamos Senegal e a nossa equipe. Em qualquer lugar do mundo que a gente esteja, sempre somos senegaleses — destaca.
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Empolgado, ele lembra do título de Senegal na Copa Africana de Nações, em 2021, e diz que atualmente o país tem a melhor seleção da África. Agora, no Mundial, Ndiaw pede à divindade que a equipe chegue à decisão.
— Peço a Deus para a gente chegar na final pela primeira vez — fala, em prece.
Mistura de torcidas em família
Nascida em Buenos Aires, na Argentina, Gabriela Caillouel, de 22 anos, mora em Joinville desde os 5. Com pai francês e mãe brasileira, a garota torce para os hermanos, mas tem seu coração dividido entre as três seleções.
Em uma fase menos fanática pela seleção de Messi, ela conta que, em 2018, por exemplo, celebrou o título da equipe francesa.
— Ficamos felizes na Copa passada. Foi muito bom igual — ressalta.
Neste ano, ela pretende ver os jogos em casa, com a companhia do namorado e da mãe. Gabriela conta que os brasileiros não exageram nas provocações pelo fato dela ser da Argentina.
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— As pessoas acham legal, perguntam se torço para o time, sempre é um assunto legal — conta.
A jovem diz estar torcendo por uma final entre Brasil e Argentina no Catar.
— É sempre bom ver Argentina e Brasil jogando juntos, então se forem para a final, o que ganhar, vou ficar muito feliz — celebra.
Tradição espanhola no campo e no prato
Nascido em Joinville e neto de imigrantes espanhóis que fugiram da ditadura de Francisco Franco, Therence Garcia Del Mir, de 51 anos, mantém as tradições familiares da Espanha na cidade catarinense. Ele é proprietário do restaurante Mercearia Sofia, que destaca a culinária do país europeu.
Por ser hispano-brasileiro, Therence conta que faz torcida pelas duas seleções. No restaurante serão exibidas as partidas do Brasil e da Espanha, já que o local costuma reunir espanhóis e admiradores da cultura da Espanha.
Neste ano, a grande novidade será os pratos típicos dos adversários de ambas as seleções. Neste domingo (27), por exemplo, a Espanha enfrenta a Alemanha, sendo assim, o cardápio contará também com gastronomia alemã.
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— Um petisco, prato ou um tira gosto tradicional do adversário — conta Therence.
Para ele, Brasil e Espanha estão entre os favoritos junto com França, Argentina e, correndo por fora, Uruguai e Portugal. Ele destaca os jogadores jovens e acredita que os espanhóis devem chegar, no mínimo, até as quartas de final.
— Um time que vem jogando e treinando desde o sub-17. Uma ‘guriada’ muito nova. Foi feita toda uma reformulação — finaliza.
A Copa do Mundo começou no dia 20 de novembro e terá a partida final em 18 de dezembro, às 12h. O Brasil estreia nesta quinta-feira (24), às 16h, contra a Sérvia.
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