O surfista Yago Dora, novo campeão mundial da WSL, iniciou a carreira no esporte em Florianópolis, com o incentivo do pai, Leandro Dora, conhecido como Grilo. Nascido em Curitiba (PR), em 1996, ele se mudou ainda na infância para a capital catarinense. Com o título conquistado na segunda-feira (1°), ele foi o primeiro representante do Sul a conquistar o título mundial.
Continua depois da publicidade
Veja fotos das finais da WSL, onde Yago Dora se sagrou campeão do mundo
Em entrevista à WSL em 2023, Yago contou que o sonho do pai era criar os filhos perto da praia. Aos três anos de idade, o surfista chegou à Florianópolis, e com nove anos passou a morar no bairro Rio Tavares.
— Desde quando a gente se mudou para cá, sempre teve uma cena de surfe e skate muito forte. E eu tive a sorte do meu pai trabalhar como treinador de surfe — relembrou Yago.
Por conta das viagens do pai para treinar outros atletas, o campeão mundial passou a ter contato com os principais surfistas do mundo desde cedo. A relação entre pai e filho como treinador e atleta se estendeu durante praticamente toda a carreira de Yago.
Desde 2018 na elite, aos 29 anos Yago foi o primeiro campeão mundial de surfe do Sul do país. O título conquistado em cima do americano Griffin Colapinto foi o oitavo do Brasil nos últimos 11 anos. Na segunda-feira (1°), o brasileiro venceu o Colapinto por 15.66 a 12.33 no confronto decisivo do Finals.
Continua depois da publicidade
O paranaense, criado em Santa Catarina, se juntou à Gabriel Medina (2014, 2018 e 2021), Filipe Toledo (2022 e 2023), Adriano de Souza (2015) e Italo Ferreira (2019), no panteão dos brasileiros campeões da WSL. Desde 2014, apenas em 2016, 2017 e 2023 o título ficou com um estrangeiro, John John Florence. Em 2020, não houve competição devido à pandemia da Covid-19.
Pai, treinador e torcedor
Em 2025, Yago deixou de ser treinado por Grilo, que ainda seguiu acompanhando o filho em alguns treinamentos em suas folgas. Desde 2021, Leandro treinava o australiano Jack Robinson, mas a parceria foi encerrada entre os dois para o Finals da WSL em cloudbreak, Fiji, justamente pelo envolvimento familiar. Segundo o treinador, a decisão se deu pois sua torcida estava direcionada ao filho.
— Meu pai foi o meu mentor no surfe desde o início, então eu dedico isso a ele também. Não trabalhamos juntos esse ano, mas ele sempre esteve comigo, torcendo e apoiando. Divido isso com ele, com a minha namorada, com a minha equipe de apoio, com os meus patrocinadores e com todas as pessoas que tornaram esse sonho possível — afirmou o campeão mundial.
Jack Robinson, inclusive, possui uma amizade com a família Dora. Yago e o australiano se conhecem desde a adolescência, quando dividiam a casa de um patrocinador no North Shore, Havaí, durante sessões de treinos nas ondas de Pipeline. Em entrevista ao ge, ele contou mais sobre essa amizade.
Continua depois da publicidade
— A gente ficava dois, três meses, e o Jack sempre estava lá nessa mesma época, então a gente desenvolveu muito essa parceria lá, de estar convivendo na casa e estar junto com eles, com a família dos Moniz. E essa foto é exatamente ali, na frente da casa. O Jack e o Yago bem jovens ali e a gente já tinha essa relação de amizade, de convívio — explicou.
Robinson foi eliminado por Italo Ferreira, que posteriormente caiu para Griffin Colapinto.
Paixão pelo futebol
Durante a infância, Yago tinha o sonho de jogar futebol profissionalmente. Porém, aos poucos, o surfe se tornou a sua principal paixão, com o incentivo do pai. No entanto, ele não deixou o esporte de lado.
A lycra verde e amarela do novo campeão mundial leva o número nove, em homenagem a um ídolo de infância, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno. Anteriormente o número era utilizado pelo francês Michel Bourez. O surfista também é torcedor do Athletico e recebeu as felicitações do Furacão.
Ver essa foto no InstagramContinua depois da publicidade
A decisão do Finals da WSL
Griffin saiu na frente com um 5.17. A resposta de Yago foi com uma esquerda de 7.33. Pouco depois, o brasileiro entrou em uma onda pequena de 3.50, conseguindo sua segunda nota. Só que o americano obteve um 6.33, pulando para a liderança a 20 minutos do fim.
No entanto, Yago conseguiu surfar a sua melhor onda até então, com uma nota de 8.33, que o colocou no primeiro lugar com 15.66 de somatório contra 11.50 de Griffin. Precisando de 9.33 para virar, o americano foi para o desespero, mas ficou bem longe de conseguir a onda salvadora. Melhor para Yago Dora, que fez a festa em Cloudbreak.
Conheça a história do surfista
*Por Diego Piovezan
Leia também
Como está o torcedor que não corta o cabelo há quase 1 ano por promessa “impossível”
 
                            
                            








