Diante das realidades bem distantes de orçamento, Avaí e Joinville fizeram um duelo equilibrado na tarde deste domingo, na Ressacada. O JEC, inclusive, esteve perto de vencer, pois foi melhor na primeira etapa e, de certa maneira, até mais eficiente nas suas chegadas ao ataque.
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No entanto, a expulsão de Evaldo deu novos rumos ao clássico. E o vacilo tricolor no confronto foi justamente esse: havia tanta necessidade de usar a força desproporcional num duelo sem riscos até então?
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O Joinville se expôs atuando desta maneira. Enquanto teve 11 jogadores , a equipe tomou poucos sustos. O comportamento, de uma maneira geral, foi exagerado na primeira etapa. Muitas faltas sem necessidade e, por este motivo, com apenas 32 minutos, três jogadores da defesa já estavam amarelados. Com tantas advertências, seria quase impossível terminar o jogo sem nenhuma expulsão.
E a expulsão do zagueiro Evaldo foi determinante no clássico. O defensor, por sinal, já levou três cartões em duas rodadas – amarelo diante do Brusque e dois amarelos (que causaram o vermelho) frente ao Avaí. É preciso mais cautela, caso contrário, Evaldo desfalcará o JEC em boa parte do campeonato.
Com 11 de cada lado, duas chegadas perigosas do JEC e uma do Avaí. A do Avaí num lançamento no qual Dick e Alisson furaram. Para a sorte deles, Matheus evitou o gol de Lourenço. O JEC fez o gol e teve a chance na boa trama de Madson e Eduardo Person — o volante merece destaque pela grande atuação que fez.
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A defesa em compensação, incluindo Dick, deixou a desejar. Com Lazio ao lado de Alisson, o Joinville corria riscos nas bolas alçadas à área. O mesmo aconteceu na quarta-feira, algo que precisa de uma grande atenção. Neste tipo de jogada, o Avaí conseguiu a virada.
Rogério Zimmermann, que abriu mão de Rafael Grampola logo após a expulsão de Evaldo, errou. Perdeu a referência, o artilheiro e até uma boa opção na bola parada defensiva. Em compensação, manteve Murilo Rangel em campo — que pouco acrescentou à equipe.
Faria mais sentido ter um artilheiro do que um articulador em campo, especialmente porque o Joinville usou contra-ataques e bolas longas após a expulsão — neste cenário, Murilo se tornou uma peça nula.
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Em entrevista coletiva, o técnico do JEC se queixou bastante da arbitragem, comandada por Rodrigo D’Alonso Ferreira. Reclamou da expulsão – especialmente do primeiro cartão de Evaldo – e da falta que originou o primeiro gol do Avaí. Mas nenhuma das queixas faz sentido.
No lance do primeiro cartão amarelo, Evaldo usou o braço sem necessidade em Rômulo. “Pediu” o cartão. Ao rever o lance, o técnico do Joinville perceberá como seu defensor tem exagerado na força.
Talvez o tema “força” seja a maior reflexão que o Joinville deva fazer após a derrota. Tecnicamente e taticamente, o time tem se comportado bem — há alguns erros da defesa (bolas altas, principalmente), mas é possível corrigir.
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O maior problema é o excesso de vontade que está se confundindo com violência. Cometeu faltas demais, tomou cartões demais, tudo sem a menor necessidade e está prejudicando a si mesmo. Neste ritmo, o Joinville terá muitos problemas na sequência da competição.