O sonho de todo o atleta é ser convocado para a Seleção Brasileira. Pode ser nas categorias de base, em esportes poucos conhecidos ou até mesmo nos mais populares.

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O ato de vestir o uniforme verde e amarelo é mágico e marca a carreira de qualquer atleta. O ano de 2012 ficará para a história para 11 esportistas de Jaraguá do Sul e região. Eles trabalharam duro, foram chamados e encararam a missão de representar o Brasil. Mas o que uma convocação influencia na vida deles?

O psicólogo Rodrigo Scialfa Falcão, 32 anos, especialista em psicologia do esporte, acredita que representar o país é um processo natural para quem mantém a disciplina e trabalha com dedicação.

– É preciso pensar que o trabalho no clube é que o levou para a seleção. É preciso continuar trabalhando com seriedade, saber lidar com grandes expectativas e pressões – indica.

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Depois da convocação, a pressão pelo bom desempenho vem à tona.

– Representar o país é estar na elite de um grupo seleto. Os atletas tem de se acostumar com cobranças e pressões. Possuir equilíbrio emocional nas competições será imprescindível para um bom desempenho.

Ainda faltam quatro anos para as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016, mas ser lembrado pela seleção já é um começo para trilhar um caminho para os Jogos. Falcão acredita que os Jogos impulsiona os atletas.

– Poderá ser um incentivo a buscar metas e desenvolvimento, porém, as expectativas, cobranças e pressões serão muito maiores – pondera. ??

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TIRO

Ele tem história para contar Um dos esportistas jaraguaenses de maior destaque no cenário nacional é o atirador olímpico Samuel Lopes, de 33 anos. A primeira vez que colocou o uniforme verde e amarelo foi em 1996, ainda como juniores. De 2009 para cá, ele integra a seleção brasileira permanente de tiro, sobre a supervisão do renomado treinador o ucraniano Oleg Mikhailov.

– Eu estive na primeira relação e permaneço até hoje. Como tem mais atiradores que vagas, existe as seletivas – explica.

No último fim de semana Lopes participou de uma dessas seletivas acabou não se classificando para o Iberoamericano e o Sul-americano. Para o atirador o maior desafio é manter-se motivado.

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– São muitas competições e os treinos são fortes. A falta de estrutura faz a motivação ser desafiada, mas a recompensa é subir no pódio e receber a medalha – exalta.

O atirador pretende se manter na seleção e com índices olímpicos para conseguir uma vaga em nos Jogos de 2016. Lopes é um exemplo para os atletas que desejam alcançar sucesso no esporte. E o segredo para se manter na seleção brasileira por anos? Lopes resume em uma só palavra: “dedicação”. ??

HÓQUEI SOBRE A GRAMA

A representante feminina da região Não são apenas os homens que alcançaram a excelência no esporte. A jaraguaense radicada em Guaramirim, Djeniffer Vasques, 27 anos, representa o hóquei sobre a grama brasileiro como ninguém.

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Foi tantas vezes convocada que já perdeu as contas. A camisa verde e amarela predomina no seu guarda-roupa desde o Pan-americano de 2007. Mais recentemente a capitã da seleção de hóquei voltou de amistosos na Holanda.

A temporada internacional serviu para aprender um pouco mais sobre a modalidade e como preparação para a etapa da Liga Mundial, que ocorre no Brasil em janeiro do ano que vem e o Sul-americano, que será no Chile.

– Esse ano é de preparação para importantes competições no ano que vem. Na Holanda os amistosos contra times locais foram proveitosos para o nosso desenvolvimento – declara.

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O hóquei sobre a grama é um esporte olímpico e, em 2016, o Brasil terá vaga garantida em todas as modalidades. Djeniffer até se emociona com a possibilidade de participar do jogos.

– É um sonho que pode se realizar e ainda no Brasil. É uma sensação maravilhosa representar o Brasil, imagina dentro do nosso território e com a torcida toda a nosso favor????

FUTEBOL

Uma estrela em meio a constelação Por ser o esporte mais popular do País a camisa verde e amarela do futebol é a mais disputada, mesmo nas categorias de base. E este ano, o jaraguaense de 19 anos, Jean Deretti, conseguiu o grande feito.

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Além de participar e conquistar o Torneio Oito Nações, na África do Sul, foi convocado para a final do Quadrangular Internacional de Seleções, mas não pode se apresentar por causa de lesão. No torneio internacional, Deretti jogou como titular a maioria das partidas e acredita que deixou uma boa impressão.

– Mudou o reconhecimento e a confiança. Hoje meu nome é visto com outros olhos pela torcida – comemora.

Um dos objetivos do meia-atacante do Figueirense é voltar a vestir a camisa da Seleção Brasileira em breve, no Sul-americano, que ocorre na Argentina, em 2013 e valerá vaga no Mundial.

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– Para isso, preciso jogar e trabalhar muito no Figueirense. Quero fazer história no clube e conquistar títulos. Fazendo isso, tenho certeza que o meu futuro no futebol será vitorioso – prevê.

Deretti começou a jogar futebol com apenas cinco anos e fez algumas partidas pelo Juventus. Em 2007 foi para a Capital, onde passou por toda base do Figueira e estreou na equipe titular no ano passado. ???

FUTEBOL AMERICANO

Ajudando a estruturar a seleção Diferente de outras modalidades que tem uma seleção consolidada no país, o futebol americano está se estruturando. Dois representantes do Corupá Buffalos (atual campeão do SC Bowl) estão fazendo história na modalidade. O gaúcho radicado em Jaraguá do Sul há nove anos, Thiago Farias, 30 anos, é um dos tight ends da seleção.

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Já jaraguaense Deivis Chiodini, 28, é auxiliar técnico permanente. Os dois foram convocados para o amistoso contra o Chile, em janeiro desse ano, que terminou 33 a 0 para o Brasil. Deivis cuida dos wide receivers e dos quarterbacks durante os treinamentos e ajuda no plano de jogo.

– Representar o Brasil é um orgulho, independente da popularidade do esporte – descreve Deivis.

O técnico explica que o objetivo da seleção é montar uma base para o futuro do esporte no país. Thiago pretende fazer parte dessa lista por mais vezes.

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– Procuro sempre atuar em prol da equipe. Se eu for bem a equipe vai bem. A seleção será uma consequência – analisa.

Na visão de Thiago, a modalidade ainda sofre discriminação e considera o futebol americano um esporte completo.

– É o mais coletivo de todos, pois não há como uma jogada ter sucesso se todos não fizerem o seu papel dentro do campo.

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VÔLEI

Usufruinfo da melhor estrutura Um dos esportes mais estruturados no Brasil é o vôlei. E poder participar dessa organização é privilégio de poucos. O central da Marisol/FME, Rodrigo Leitzke, 16 anos, nascido em Indaial e em Jaraguá do Sul há dois anos, está desfrutando dessa experiência.

O jogador se apresentou ao técnico da seleção infanto-juvenil, Percy Oncken, no começo de julho e, desde então, treina em Saquarema (RJ). Nesse período, o atleta realizou amistosos na Grécia, Sérvia e Itália.

– Foi um aprendizado importante, com competidores de nível técnico muito elevado – descreve.

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Porém, para disputar uma competição oficial com a camisa da seleção, Rodrigo precisa desbancar outros atletas, uma vez que apenas 12 estarão no Campeonato Sul-Americano, que ocorre em Santiago, no Chile, em novembro.

Rodrigo só saberá se ficará com a vaga em outubro. Rodrigo tem a seu favor a altura (mais de dois metros) e a posição em quadra, já que a posição de central é escassa. Para fazer parte dos convocados, o jogador passou por uma maratona de seletivas, que envolveu mais de 300 atletas. No ano passado, Rodrigo também tinha sido pré-convocado, mas foi cortado pela comissão técnica. ??

FUTSAL

O peso de manter a tradição O esporte que mais revelou atletas em Jaraguá do Sul é o futsal. A modalidade continua aprontando das suas. Dessa vez dois jogadores do projeto Futsal Menor foram convocados para a Seleção Sub-20, que disputa o Campeonato Sul-Americano, em setembro, na Venezuela.

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O ala jaraguaense Daniel Mendonça da Rosa e o pivô, natural de Ijuí (RS), Felipe Paradynski dos Santos, os dois com 18 anos, embarcam para Fortaleza (CE) no começo de setembro, onde participam de 11 a 20, dos treinamentos para a competição internacional com o técnico Vander Iacovino. O pivô Felipe acredita que a convocação é o começou de uma trajetória de sucesso.

– Quero trabalhar com responsabilidade para me destacar na seleção – enfatiza.

Já o ala Daniel, diz que vestir a camisa da seleção de futsal, mesmo sendo a juvenil, é a realização de um sonho.

– Sempre sonhei e agora esse sonho se tornou realidade – diz emocionado.

O goleiro Willian Felipe Dorn teve seu nome relacionado na primeira chamada, mas acabou sendo cortado da lista oficial. ?

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BASQUETE

Lapidando a nova geração Quem está lapidando uma nova geração de jogadoras de basquete é o técnico Julio Patrico. Na Seleção Brasileira desde 2008, onde começou como auxiliar-técnico das categorias de base, Julio teve uma reviravolta na carreira no começo de 2012

. Sempre atuando como auxiliar, o ex-jogador de basquete e técnico há mais de 20 anos em Jaraguá do Sul, foi convidado para ser o treinador da equipe sub-18. E o desafio de sua vida resultou em título. Julio, que é natural de Laguna (SC), conquistou no último domingo o vice-campeonato da Copa América, com a seleção sub-18 feminina, em Porto Rico (perderam para os EUA por 71 a 47). A conquista também resultou na vaga para o Mundial da modalidade.

– Nesses quatro anos de CBB, foram muitas histórias. Penso se isso tudo na minha vida não seria um sonho. Ser técnico em Santa Catarina e um dia chegar a Seleção Brasileira é algo incomum. Normalmente os técnicos saem do eixo Rio/São Paulo – descreve.

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O treinador aposta em um futuro promissor para a modalidade.

– Temos que pensar que estas meninas da base de hoje, logo estarão assumindo a adulta. Infelizmente depois da era de Hortência e Magic Paula, ficamos sem pensar no desenvolvimento de outras grandes atletas. Acredito muito no trabalho que vem sendo realizado na base, tenham certeza que nosso futuro será promissor – prevê.