Há oito anos nenhuma catarinense traz para casa o título de Miss Brasil. Foi em 2005 que Carina Beduschi, nascida e criada em São José e representante de Florianópolis, ganhou a coroa e a faixa do mais clássico dos concursos nacionais de beleza. Na carona do sucesso repentino, ela poderia ter figurado entre os participantes de algum reality show a exemplo da contemporânea Grazi Massafera ou estampado a primeira página das disputadas revistas masculinas. Contrariou 11 entre 10 participantes dessas seleções, quase sempre em busca dos fatídicos 15 minutos debaixo dos holofotes da mídia.

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Quando entregou o reinado voltou a encarar os livros do curso de Arquitetura na Unisul. Aliás, é como arquiteta que participa da Pinacoteca Casa Nova 2013, mostra de arquitetura e decoração que abre as portas no próximo sábado no Museu da Escola Catarinense da Udesc, na Capital. Quando se inscreveu no concurso de miss, a catarinense já estava na faculdade. Desfiles, fotos e reconhecimento público não estavam nos planos. A participação foi um pedido da mãe:

– Minha mãe brincou que iria me inscrever para que pudéssemos passar mais tempo juntas, afinal, eu vivia numa correria. Não tinha pretensão de participar e muito menos de ganhar. Foi uma surpresa atrás da outra – comenta.

O corpo esguio – conquistado desde os tempos de capitã da equipe de handebol do colégio – e os quase 1,20 metro de pernas conquistaram os jurados em todas as etapas, principalmente na final realizada no icônico hotel Copacabana Palace. Passado o susto, trancou a faculdade e encarou sem medo a intensa programação e o aprendizado de um ano como Miss Brasil.

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Carina Beduschi durante a eleição do Miss Brasil 2005, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Foto: Band/Divulgação

– De vez em quando, dou uma olhada no material dessa época. Adoro ver as fotos, mas não consigo me ver no vídeo, é muito estranho – revela.

Com a formação universitária, Carina mudou- se para São Paulo atrás de um mergulho intenso na área. Conseguiu um emprego no escritório de Débora Aguiar, uma das profissionais mais requisitadas do país. Teve, inclusive, a companhia do então namorado e atual marido, o médico Roberto Fretta Moreira, filho de Eduardo Pinho Moreira, vice- governador de Santa Catarina. A experiência de dois anos confirmou uma de suas características profissionais: ela está focada na decoração de interiores.

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Para a Pinacoteca Casa Nova, Carina, ao lado do sócio Ernando Zatariano, foi atrás das cores e da vida do pintor Candido Portinari para a concepção de um dormitório masculino. É a segunda participação deles na mostra.

Aos 27 anos, a catarinense firma- se como um dos novos nomes do setor. Os pequenos detalhes na decoração e a interpretação fiel dos desejos dos clientes estão entre seus objetivos diários. Para não perder tempo, instalou- se logo após o casamento – um dos mais fotografados do Estado – em apartamento ao lado do escritório, no bairro de Coqueiros. Passada quase uma década da conquista como a mulher mais bela do país, Carina mantém os pés no chão.

– Dia desses, um profissional que estava começando a trabalhar comigo deu um Google no meu nome e descobriu. É curioso como encanta as pessoas. Mas é sempre uma abordagem carinhosa. Está, inclusive, na hora de o Estado ter outra Miss Brasil – finaliza, lembrando que só temos cinco catarinenses com o título.

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Pinacoteca Casa Nova 2013

Quando _ de 21 de setembro a 27 de outubro de 2013

Onde _ Museu da Escola Catarinense da Udesc (Mesc) _ Rua Saldanha Marinho, 196, no Centro de Florianópolis

Horários _ terça a sexta-feira, das 17h às 22h. Sábados e domingos das 14h às 21h Valores _ R$ 30 inteira e R$ 15 estudante. O passaporte para todos os dias custa R$ 50.