Um dos alvos da Operação Câmbio Fantasma, da Polícia Civil, é um velho conhecido do futebol catarinense, especialmente da torcida do Figueirense. Cláudio Honigman, que presidiu o Alvinegro em 2019, durante a gestão da Elephant, é um dos investigados, suspeito de aplicar o chamado “golpe do dólar” e embolsar R$ 408 mil. A informação é do G1.SC.
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Segundo a investigação, Honigman recebeu um valor para fazer um câmbio para U$80 mil. Mas, após receber o dinheiro, bloqueou a pessoa que fez a transferência, parou de usar o número de telefone utilizado para fazer os contatos e não concluiu a operação.
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A vítima foi apresentada a Cláudio Honigman, que se comprometeu a realizar a operação de compra e venda de dólares a uma cotação de R$ 5,10 – valor muito abaixo do mercado. Mas, após realizar a transferência, a vítima não conseguiu mais contato com Cláudio.
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A operação cumpriu seis mandatos de busca e apreensão em endereços ligados a Cláudio Honigman em São Paulo e no litoral catarinense. Em Florianópolis, a ação aconteceu em uma das casas de Honigman em Jurerê, bairro nobre no Norte da Ilha. Segundo a polícia, o suspeito não foi localizado em nenhum dos endereços.
A reportagem do G1.SC tentou contato com a defesa de Cláudio Honigman, mas não obteve sucesso até o momento das publicações.
Quem é Cláudio Honigman
Empresário do mercado financeiro, Cláudio Honigman foi presidente do Figueirense entre o final de 2018 e setembro de 2019, durante a gestão da empresa Elephant, que assumiu o comando do clube em 2017.
Sob promessas de aportes financeiros milionários, equilíbrio das contas e times competitivos, Cláudio Honigman teve uma administração marcada por polêmicas dentro e fora de campo, como os constantes atrasos de salários para funcionários, atletas e jogadores das categorias de base. Os problemas internos levaram o clube a sofrer um WO na partida contra Cuiabá, no Mato Grosso, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
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No dia 20 de setembro de 2019, através de uma liminar na justiça, o Figueirense rescindiu de forma unilateral o contrato com a Elephant, e a administração do clube voltou para a associação. Poucos dias depois, Cláudio Honigman enviou à CBF uma carta comunicando que o clube estava desistindo da disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. O documento, contudo, não teve validade, pois Honigman já não tinha mais poderes no Figueirense.
A atitude fez com que o Superior Tribunal de Justiça desportiva (STJD) punisse Cláudio Honigman por emitir documento falso. A pena foi de suspensão por 360 dias e multa de R$ 20 mil.
Cláudio Honigman é ligado a Ricardo Teixeira e Sandro Rossel, ex-presidentes da CBF e do Barcelona, respectivamente. O trio foi investigado por supostas irregularidades em compra e venda de ações. A acusação é de que eles movimentaram mais de R$ 45 milhões usando empresas de fachada, inclusive em operações envolvendo a comercialização de jogos da Seleção Brasileira nos anos 2000.