Um gol para simbolizar o esforço de um país que decidiu se reinventar e, em vez do método e da disciplina, sonhou jogar futebol com leveza e habilidade. Aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação, Götze, o menino de ouro, matou no peito um cruzamento da esquerda e, dentro da área, estufou a rede da Argentina.
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A Alemanha é tetracampeã do mundo, aliviando um tanto do sofrimento brasileiro ao impedir a vitória hermana em pleno Maracanã. A vitória por 1 a 0 da Alemanha, em jogo dramático, teve dois tempos distintos. O primeiro, da Argentina. O segundo, a partir da lesão de Kramer, da Alemanha. Apesar da posse de bola alemã (65% a 35%), foi um jogo igual.
A Argentina seguiu o modelo defensivo que a levou até a final, se fechando em duas linhas e apostando no contra-ataque. Quando quebrava a troca de passes alemã em seu campo defensivo, seus jogadores procuravam Messi, de preferência. Era dele a missão de, em velocidade, encaminhar o contra-ataque.
Se Messi estivesse marcado, mesmo com a Alemanha projetada, o eleito era Lavezzi. Ele arrastou a Argentina para o ataque com raça e disciplina, pela direita. Uma Alemanha acadêmica, tocando bola, contra uma Argentina esperando o erro para dar o bote.
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Até a lesão de Kramer (uma surpresa do técnico Joachim Löw, no lugar de Khedira), a Argentina poderia ter matado o jogo. Aos 19, Higuaín chutou torto, de dentro da área, tendo apenas Neuer à sua frente, após Kross cabecear para trás.
Depois, Higuaín marcou um gol bem anulado, aos 28, recebendo cruzamento de Lavezzi, que por sua vez foi acionado por Messi. Em seguida, Messi entrou a drible na área, de novo pela direita de ataque da Argentina, e Boateng salvou.
Aí Löw mexeu no time e a Alemanha virou este cenário. Colocou o atacante Schürrle no lugar de Kramer aberto pela esquerda de ataque, o que constrangeu as subidas de Lavezzi. A Alemanha cresceu, passando do 4-2-3-1 para um 4-3-3.
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Aos 36 minutos, Schürrle chutou para Romero espalmar. Apesar do impedimento, a Alemanha chegava. Aos 43, em cobrança de escanteio, Höwedes acertou a trave. Com Lavezzi trancado pela ação de Schürrle, a Argentina perdeu o contra-ataque.
O primeiro tempo terminou assim, as duas equipes iguais em tudo, tirando a posse de bola. A Argentina voltou, surpreendentemente, com Aguero no lugar de Lavezzi. Aos 2 minutos, Messi perdeu chance tão clara como aquela de Higuaín no primeiro tempo, chutando rente ao poste. Aos poucos, entretanto, a Alemanha retomou o controle que já era seu a partir da metade do primeiro tempo.
Os dois times sentiram o cansaço da marcação forte de lado a lado. A Argentina, mesmo sem criar chances, conseguia marcar o forte meio-campo alemão, algo que o Brasil não fez em momento algum no fiasco dos 7 a 1.
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O jogo perdeu intensidade. Alemães e argentinos temiam sofrer o gol e arriscaram menos. O fôlego passou para o lado europeu. Os espaços surgiram pelos flancos. Klose, aos 35, chutou de frente para o gol após jogada pela direita. Chance de gol desperdiçada.
Veio a prorrogação, já com Götze no lugar de Klose. A Argentina, sem fôlego, foi na base da raça. A Alemanha, mais descansada, seguiu rondando Romero, mas sem chutar. Palacio perdeu um gol incrível. Ele tentou encobrir Neuer, cara a cara, mas errou bisonhamente, após falha de Hummels. O primeiro tempo da prorrogação escorreu assim, sofrido, dramático, com a torcida argentina cantando.
Veio o segundo tempo. E o golaço que premiou o único time que quis ganhar. Schürrle cruzou da esquerda e o jovem Götze matou no peito e fez um golaço. O gol do tetra alemão, no estilo da revolução empreendida pela Alemanha: um jogador de talento, pequeno, nem tão forte, cuja única arma é a técnica apurada.
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COPA DO MUNDO, FINAL, 13/7/2014
ALEMANHA
Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Höwedes; Schweinsteiger, Kramer (Schürrle, 31’/1ºT), Kroos, Özil (Mertesacker, 10’/2ºT prorrogação) e Müller; Klose (Götze, 42’/2ºT)
Técnico: Joachim Löw
ARGENTINA
Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia e Enzo Pérez (Gago, 40’/2ºT); Messi, Lavezzi (Aguero, int) e Higuaín (Palacio, 31’/2ºT)
Gol: Mario Götze (ALE), aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação
Cartões amarelos: Schweinsteiger, Höwedes (ALE); Mascherano, Aguero (ARG)
Arbitragem: Nicola Rizzoli, auxiliado por Renato Faverani e Andrea Stefani
Público: 74.738 pessoas
Local: Maracanã, Rio de Janeiro
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