A conquista da Eurocopa suscita debates sobre a evolução do futebol português, o que é também comprovado pelo destaque alcançado pelos treinadores lusos.
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José Mourinho e André Villas Boas são treinadores de elite atualmente. Além deles, citamos o campeão europeu Fernando Santos, que dirigiu a Grécia na Copa de 2014, ocasião em que Carlos Queiroz e Paulo Bento – hoje no Cruzeiro – estiveram à frente das seleções do Irã e de Portugal, respectivamente.
Portugal se preocupa com a formação de treinadores por diferentes vias: os cursos promovidos pela Uefa e pelas universidades nacionais, com destaque para a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (Fadeup), que conta com cursos de mestrado e doutorado em futebol.
A Fadeup é o berço da periodização tática, teoria desenvolvida pelo professor Vítor Frade, que organiza o treinamento aplicado ao futebol de acordo com princípios táticos e ciclos temporais específicos. Esta teoria tem alcance internacional, sendo alvo de estudos nos cursos de formação de treinadores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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A periodização tática preconiza a definição de um modelo de jogo, que pode se alicerçar, como:
– Na posse de bola cadenciada alternada com ataques agudos, como no caso do Barcelona de Guardiola;
– Na marcação recuada orientada para os contra-ataques, como a Internazionale de Mourinho, campeã da Champions League 2009/10, ou o Leicester, campeão inglês, para utilizarmos um exemplo mais recente
– Na marcação alta, com retomadas rápidas da bola e ataques incisivos, como o Bayern de Jupp Heynckes, campeão da Champions 2012/13.
Segundo a moderna escola portuguesa de treinadores, a execução da periodização tática prevê a adoção de três dinâmicas de treino:
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a) as movimentações em campos reduzidos;
b) as movimentações em velocidade, com finalizações;
c) as simulações da totalidade do jogo. Ao contrário do que ainda se vê no Brasil, os treinos coletivos tradicionais – como reprodução do jogo – são pouco realizados pelos treinadores portugueses.
Há ainda uma prática interessante realizada pelos treinadores de Portugal: a formação de elencos enxutos, com maior aproveitamento dos atletas e a redução de insatisfeitos.
Em síntese: o futebol português navega mares tranquilos, alimentado por ventos modernos. O futebol brasileiro, portanto, precisa enxergar além-mar.
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*ZHESPORTES