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“Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém/Eu vivi devendo a todos, mas não paguei ninguém.” Apesar de um dos grandes nomes do samba, Noel Rosa, ter cantado que não deixaria herdeiros em Fita Amarela, ele contribuiu para que o coloquialismo da música do subúrbio e do morro chegasse às altas rodas.

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O poeta da Vila deixou como herança uma transformação à respeito da lírica da canção popular. Até o início dos anos 1930, grande parte das composições brasileiras eram marcadas por um rebuscamento exagerado. A letra coloquial e satírica limitava-se às canções carnavalescas.

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O quadro começou a mudar quando a linguagem simples deu um chega pra lá nos rococós. Compositores como Ismael Silva, Bide, Mano Edgard e Brancura, além de Marçal, Sinhô e Joubert de Carvalho – muitos revelados na Era de Ouro do rádio-também escreveram sobre o amor e as mazelas sociais com uma linguagem popular.