Em 11 de dezembro de 1985, os torcedores do Joinville Esporte Clube (JEC) iam ao delírio com a conquista do oitavo título consecutivo do Campeonato Catarinense. Naquela temporada, há 40 anos, o clube ainda alcançou o feito, até então inédito em Santa Catarina, de ficar na 8ª colocação da série A do Brasileirão. 

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A história, que ainda vive na memória de inúmeros torcedores do tricolor, foi contada em detalhes no novo livro “JEC 1985 – o ano do Octa Catarinense e da melhor campanha no Brasileiro”, escrito por Anildo Jorge, jornalista que, por mais de duas décadas, acompanhou o JEC como setorista no jornal A Notícia.

Veja registros antigos do JEC

Ao NSC Total, Anildo comparou o feito histórico em relação a outra grande conquista do time: o título da série B do Campeonato Brasileiro, em 2014. Apesar de terem acontecido em momentos de desempenho e períodos diferentes, Anildo avalia que 1985 foi, pelo menos estatisticamente, o melhor ano da história do JEC.

— O JEC coroou ali uma fase histórica com o oitavo título estadual consecutivo. Uma façanha que até hoje ninguém no Estado repetiu. No futebol brasileiro, só o Inter de Porto Alegre que chegou ao octacampeonato. Nesse mesmo ano (do octa) o Joinville foi ainda o oitavo lugar na série A — comenta.

O jornalista destaca que em 1985, mesmo entre 44 clubes, o time joinvilense garantiu uma posição de destaque no cenário nacional. A oitava colocação na série A é o segundo melhor resultado de times catarinenses na história. O feito só foi superado em 2009, quando o Avaí ficou na sexta posição da série A. 

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Nomes de peso no time de 85

Qualidade do elenco. Este é o fator que Anildo destaca entre o conjunto de elementos que ajudaram a trazer o oitavo título do catarinense ao JEC. Na época, o clube era composto por jogadores que trilharam um caminho de sucesso na seleção brasileira e grandes times brasileiros. 

—  Alfinete tinha sido bicampeão paulista pelo Corinthians em 82 e 83, jogando com Sócrates e Casagrande. O Geraldo Pereira que veio do São Paulo já tinha jogado na Seleção Brasileira principal, disputado uma Copa América. O Paulo Egídio já tinha jogado no Corinthians e Vasco. Eram jogadores que vieram de grandes clubes e acrescentaram muita qualidade àquele time — fala.

Legado do time, na visão de quem o assistiu de perto

Assim como seu hino destaca, o JEC já nasceu campeão. Em 1976, o clube trouxe o título do campeonato estadual para a maior cidade de Santa Catarina. Ainda, o tricolor tem 12 títulos estaduais, sendo oito deles conquistados consecutivamente, entre 1978 e 1985. 

A última vez que o Joinville levantou a taça do campeonato estadual foi em 2001. Depois disso, o JEC alcançou feitos nacionais com os títulos do campeonato brasileiro das séries C (2011) e B (2014).

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O time também foi cinco vezes campeão da Copa Santa Catarina e uma vez da Recopa Catarinense.

— Acho que tem grande chance do time começar a encontrar uma fase de vitórias novamente. Não digo tão gloriosa quanto aquela da primeira década, mas tem chance de voltar a uma fase boa — avalia Anildo.

Para recuperar a sua força e achar o caminho até a configuração de sucesso, o jornalista também destaca a importância que a torcida tem para o time. Mesmo com dificuldades financeiras e administrativas, o JEC conta com o apoio nas arquibancadas.

— O Joinville tem um patrimônio imaterial, que é sua torcida, que é uma torcida apaixonada, que quando o time tá bem, vai no campo e acho que isso aí é a grande força do Joinville, que vai ser o pilar que pode dar sustentação pro time voltar a anos gloriosos — reforça.

Livro detalha trajetória do JEC na década de 80

O livro de Anildo reúne textos sobre os principais jogos, bastidores e perfis dos principais protagonistas da façanha tricolor em 1985. O leitor poderá, por exemplo, saber quem foi o adversário, qual o placar e como foi a partida que terminou na maior goleada do Joinville em jogos oficiais. 

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A obra será lançada neste sábado (13), dois dias após o aniversário de 40 anos da  partida que definiu o octacampeonato. O evento acontece na Associação Desportiva  Embraco (ADE), às 10h30min. Cada exemplar custa R$ 50.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira