O jejum intermitente (JI) é um padrão alimentar que alterna períodos de alimentação com períodos de abstinência de comida. Ao contrário de dietas tradicionais que focam no que comer, o JI foca em quando ou quanto comer. Mas seria o jejum intermitente a melhor estratégia pós final de semana e aquela comilança a mais?
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Apesar de estar na boca do povo recentemente, o jejum já é uma prática milenar — comum por motivos religiosos ou culturais — que ganhou força nas últimas décadas por seu potencial impacto na composição corporal, na saúde metabólica e até mesmo na longevidade como vem se demonstrando em alguns estudos científicos recentes.
Conheça um pouco dos principais protocolos de Jejum Intermitente:
- 16:8: jejum por 16 horas e alimentação em uma janela de 8 horas (ex: das 12h às 20h);
- 18:6: jejum por 18 horas e alimentação em uma janela de 6 horas dia;
- 24h (ou OMAD – One Meal A Day): 24 horas de jejum, feito 1–2 vezes por semana;
- 5:2: alimentação normal por 5 dias e redução calórica severa (500–600 kcal) em 2 dias da semana;
⚠️ Atenção: embora o jejum possa ajudar a equilibrar o balanço calórico, ele não deve ser usado como punição alimentar, pois isso pode gerar uma relação disfuncional com a comida, promovendo ciclos de restrição e compulsão.
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Estudos em humanos e modelos animais mostram benefícios relevantes do jejum intermitente, como principais descobertas a melhora da sensibilidade à insulina e controle da glicemia, a redução da inflamação sistêmica e estresse oxidativo, o estímulo à autofagia – processo de “limpeza celular” e que pode estar ligado à longevidade, assim como a redução de peso corporal e gordura visceral sem perda significativa de massa magra.
Contudo, os efeitos variam entre indivíduos sabendo que o jejum não é superior a nenhuma outra dieta hipocalórica tradicional em todos os contextos. O principal diferencial precisa ser a adesão ao tratamento, que fica mais factível entre pessoas que preferem comer menos vezes ao dia.
Muitas pessoas utilizam o jejum intermitente como uma forma de compensação após exageros alimentares, principalmente aos fins de semana e os consumos tão corriqueiros como churrascos, bebidas alcoólicas, sobremesas e refeições hipercalóricas.
Assim buscam praticar o jejum no intuito de reduzir a ingestão calórica total semanal, compensando os dias de exagero, “resetar” a rotina alimentar após descontrole, buscar maior sensação de leveza e controle, além da praticidade de pular refeições como café da manhã, por exemplo.
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Mas saiba que aplicar o Jejum Intermitente de forma segura e coerente é imprescindível para sequer pensar em começar a prática. Pois isso é importante que siga os passos abaixo:
- Consulte um profissional de saúde (preferencialmente um nutricionista ou capacitado) antes de iniciar, principalmente se houver doenças metabólicas, distúrbios alimentares, gestação ou uso de medicações.
- Escolha um protocolo viável com base na sua rotina e preferências, que seja possível de fazer sem colocar sua saúde em risco.
- Hidrate-se bem durante o jejum, bebendo água, chás e café sem açúcar ou adoçante.
- Priorize alimentos nutritivos na janela alimentar: proteínas magras, fibras, gorduras boas, vegetais, frutas e grãos integrais.
- Evite “compensar com exagero” na janela de alimentação. O jejum não é desculpa para comer de forma desordenada.
- Monitore sinais do corpo: fome extrema, irritabilidade, tontura, fraqueza ou maior voracidade de fome persistente são alertas para reavaliar a prática.
- Aplique com propósito, não como castigo: encare o jejum como uma ferramenta de autocuidado e não como um “remédio” para excessos.
O jejum intermitente é uma estratégia alimentar com respaldo científico para controle de peso, saúde metabólica e estilo de vida. No entanto, não deve ser visto como solução mágica e nem como penitência pós-final de semana. Ele funciona melhor quando incorporado com consciência, equilíbrio e sob orientação adequada.
*Duda Costa é nutricionista e escreve sobre performance esportiva





