De todos os envolvidos com o estranho sumiço do zagueiro Mário, que deixou o Olímpico sem avisar e só foi encontrado pela Polícia três dias depois, em Jundiaí (SP), um jogou a toalha. O empresário Jorge Machado, que o comprou do São Caetano por R$ 1 milhão e o colocou no Grêmio para valorizá-lo, já contabiliza o prejuízo. Machado desistiu de convencê-lo a voltar ao Grêmio após conversar pessoalmente com o jogador, em São Caetano do Sul, onde mora com os pais.

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– Ele não quer mais saber de ser jogador de futebol. Me disse com toda a tranquilidade que esta vida não é para ele. Falou que, no máximo, volta para o futsal, onde ele surgiu no Corinthians. E olhe lá. É caso perdido – lamenta Machado.

O empresário segue ajudando a família a tentar a entender o que se passou com Mário, que irá abandonar um salário de R$ 11 mil mensais – recebia R$ 500 no São Caetano. De acordo com Machado, o zagueiro desabafou com ele. A busca por chegar a um grande clube seria mais insistência da família.

Os pais do jogador, Mário e Marisa Fernandes, admitiram a emissoras de rádio na terça-feira que o filho teve um surto de depressão. Curiosamente, entretanto, dias antes planejavam desembarcar em Porto Alegre dentro de, no máximo, duas semanas. Viriam com o filho para morar perto do Olímpico, com o objetivo de dar-lhe todo o suporte emocional ao zagueiro. Os pais alegaram que Mário teria sido ludibriado ao deixar o futsal do Corinthians e ir para o São Caetano. Imaginava estar se vinculando ao clube do ABC por empréstimo, quando na verdade assinava por cinco anos.

– Vim com ele a Porto Alegre, fizemos exames médicos e tudo estava bem. Depois ele sumiu e, quando voltamos a falar, o guri me agradeceu por tudo, mas jurou que não queria mais saber de bola – afirma Machado.

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No Grêmio, suspeita-se que a rotina forte de clube pode tê-lo assustado. Se não voltar, ficará caracterizado abandono de emprego por parte do zagueiro. Como assinou por cinco anos no Olímpico, não poderá defender outra equipe.