A Justiça prorrogou por mais 30 dias as 112 prisões temporárias dos investigados na maior operação contra uma facção criminosa de São Paulo que atua em Santa Catarina, desencadeada no mês passado pela Polícia Civil. Também foram autorizados a perícia em telefones celulares e computadores apreendidos e o compartilhamento de provas com outras delegacias do Estado para a apuração de crimes.
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Os pedidos foram feitos pela Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) no inquérito que apura o envolvimento de delitos pela facção paulista em Santa Catarina. Com esse novo prazo, a polícia pretende concluir a investigação e ao final enviará à Justiça o inquérito com os pedidos de conversão das prisões temporárias em prisões preventivas dos suspeitos em que ficar demonstrada a efetiva participação em crimes.
A decisão é do juiz da Unidade de Crimes Praticados por Organizações Criminosas da Capital, Renato Guilherme Gomes Cunha e saiu no último dia 12.
“Há indícios concretos do envolvimento dos investigados com a prática de tráfico de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa. Observa-se que ainda há diligências imprescindíveis a serem realizadas, tais como, perícias nos computadores e aparelhos telefônicos apreendidos e interrogatórios de alguns dos presos que se encontram espalhados pelas diversas unidades prisionais existentes de Santa Catarina”, destacou o magistrado na decisão.
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Dois suspeitos tiveram indeferidos os pedidos de revogação das temporárias feitos por seus advogados.
A operação da Deic foi deflagrada no dia 20 de abril. Além das 112 ordens de prisão, foram expedidas na época 40 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, São José, Balneário Camboriú, Itajaí, Joinville, Araquari e Laguna. No total, 200 policiais foram mobilizados.
O delegado responsável pela investigação, Antônio Cláudio Seixas Joca, afirma que havia integrantes da organização criminosa dentro e fora dos presídios envolvidos em intensa atividade no tráfico de drogas, associação para o tráfico e negociação de armas. Em Florianópolis, ressaltou o delegado, também se apurou envolvimento de alguns deles em atentados criminosos.
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Investigados conhecidos da polícia
No inquérito, a Deic aponta pessoas investigadas que figuraram em outras apurações policiais por envolvimento em crimes graves e suspeitas de chefiar grupos criminosos. Um deles, tido como um dos principais líderes do PCC em Santa Catarina, é Elizandro Melo, o Cavani, que estava preso em Joinville. Outro detento de Joinville alvo da ação é Rodrigo Geraldo Pereira, o Killer.
Em Florianópolis, um dos investigados é Damacir Cândido, líder do tráfico de drogas na favela do Siri, nos Ingleses e condenado em outro processo a 15 anos de prisão. Figura também entre os 112 investigados Moacir Levi Correia, o Bi, que em 2014 foi preso após um tiroteio em Meia Praia, Itapema, litoral Norte.
Relembre o caso:
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